24/12/2025 Neste tempo sagrado do Natal, queremos levar uma mensagem especial de fé, esperança e gratidão a todos os pescadores...

No ano passado, receita líquida da companhia mais que dobrou, graças à alta do preço do petróleo e ao aumento de produção O presidente Cristiano Pinto da Costa: mais participação em leilões
Fernando Souza / divulgação
Para a Shell, 2021 foi um ano de retomada, depois das dificuldades provocadas nos negócios em 2020 pela pandemia. No Brasil, particularmente, foi um ano de muitas realizações para a companhia, afirma Cristiano Pinto da Costa, que assumiu a presidência da subsidiária brasileira há apenas um mês. A Shell Brasil mais que dobrou a receita líquida, saltando de R$ 26,1 bilhões em 2020 para R$ 48,3 bilhões em 2021, o que a colocou no sexto lugar entre as dez maiores do setor de petróleo e gás no ranking Valor 1000. Associado à consolidação de bons indicadores no ano, o desempenho levou a companhia a conquistar o posto de campeã do setor de petróleo e gás, à frente da Petrobras. No quesito variação da receita líquida média anual nos últimos cinco anos, a Shell também ficou em primeiro lugar no setor. Na listagem das mil maiores empresas, avançou da 35ª posição em 2020 para a 21ª no ano passado.
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“Se somarmos todas as linhas de negócios, podemos dizer que 2021 foi um ano muito bom para a companhia. E 2022 começou na mesma pegada”, afirma Costa. Ele atribui o avanço de receita à combinação de dois fatores. Um tem a ver com o aumento da produção alcançado pela companhia, resultado da entrada em operação de novas plantas de produção, e com o ganho de eficiência operacional das unidades existentes. O segundo fator de geração de receita está ligado ao preço internacional do petróleo, que operou em alta em 2021. “Quando o preço internacional sobe, a receita sobe; quando o preço cai, a receita cai”, resume o executivo.
No primeiro semestre de 2022, diz Costa, o resultado operacional da Shell continuou “muito bom”. Mas ele considera difícil prever se a companhia fechará o ano com o mesmo crescimento de 2021. “É uma indústria muito cíclica. Mas estamos vendo em 2022 o preço internacional do barril de petróleo mais alto que em 2021. Também há novas unidades de produção entrando em operação este ano”, acrescenta.
Entre as áreas de atuação da Shell, o carro-chefe é a upstream, de exploração e produção de petróleo e gás natural. Nessa frente, Costa cita como destaque, em 2021, a decisão de investir na contratação do quarto navio-plataforma a ser instalado no campo de Mero, o terceiro maior do pré-sal na bacia de Santos (SP), em parceria com a Petrobras. Ele também ressalta a participação da companhia em leilões da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Na 17ª rodada de licitações, a empresa arrematou cinco blocos localizados na bacia de Santos. Já mais para o fim do ano, no leilão de cessão onerosa, a Shell adquiriu 25% sobre a produção de Atapu, em consórcio com a Petrobras e TotalEnergies. O Atapu é outro campo localizado no pré-sal da bacia de Santos, cuja capacidade permite a produção de até 150 mil boe (medida para barris de óleo equivalente) por dia. Conforme a companhia, há estudos em torno da viabilidade de avançar para uma segunda unidade de produção nesse campo.
Em relação às demais unidades de atuação da empresa no Brasil, Costa aponta a venda, no ano passado, da divisão de lubrificantes para a Raízen, joint venture da própria Shell com o grupo Cosan. A transação foi concluída em maio de 2022.
Outro marco de 2021 foi o anúncio da formação de uma joint venture com a Gerdau para construção e operação de um parque de energia fotovoltaica em Minas Gerais. Concluída a transação no prazo previsto, a expectativa é que a construção seja iniciada em 2023. O projeto prevê um parque com capacidade instalada de 260 MWp (megawatt-pico), sendo metade destinada a abastecer unidades de produção de aço da Gerdau no Brasil, na modalidade de autoprodução, e a outra metade a ser negociada no mercado livre por meio da Shell Energy Brasil, empresa criada em 2021, diz Costa.
Entrada em operação de novas unidades e ganhos de eficiência em plantas existentes melhoram desempenho
Julio Bittencourt/Valor
Na área de gás do pré-sal, em 2021, a Shell foi a primeira empresa privada a fazer venda direta para o cliente final, lembra o executivo. Fechou contratos com a Companhia Pernambucana de Gás (Copergás), com a Companhia de Gás da Bahia (Bahiagás) e com a Proquigel, empresa de fertilizantes.
Globalmente, no ano passado, a Shell reformulou sua estratégia, tornando a transição energética prioridade. A meta é alcançar emissões líquidas zero até 2050, estabelecendo etapas de curto e longo prazos. Tendo como base o nível de emissões de 2016, a companhia planeja redução entre 3% e 4% até o fim de 2022. Em seguida, mais 6% a 8% em 2023. E entre 9% e 12% até 2024. Pelo novo planejamento, pretende chegar em 2030 com metade das emissões líquidas de 2016.
Neste ano, o ritmo dos investimentos no Brasil continuou forte. Em março, a Shell entrou com pedido de licença ambiental ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) para geração de energia eólica offshore (a partir do vento que sopra em alto-mar). O projeto abrange seis áreas nos Estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Tem capacidade estimada para gerar 17 gigawatts, o equivalente à geração da usina de Itaipu, ressalta Costa.
Também no primeiro semestre, a Shell anunciou o protocolo de entendimento com o porto de Açu para desenvolvimento de uma planta-piloto no Rio de Janeiro destinada à geração de hidrogênio verde. A intenção é que a planta entre em operação em 2025.
Como parte da estratégia de enfrentar o desafio da descarbonização, a Shell Brasil injetou em julho R$ 200 milhões na Carbonext, desenvolvedora de projetos de geração voluntária de créditos de carbono, assumindo participação acionária minoritária na startup. O aporte será utilizado para investimento em tecnologia embarcada nos projetos de preservação florestal e também para o desenvolvimento de novas áreas de negócios, como bioeconomia e reflorestamento na Floresta Amazônica.
Costa cita também o investimento de R$ 10 milhões, a serem aplicados em três anos, no Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, do qual é patrocinadora master. O instituto é tratado pela empresa como “referência mundial para pesquisa em botânica e conservação da biodiversidade, além de patrimônio cultural e histórico do país”.
“Para o segundo semestre poderemos ter a decisão final de investimento em torno do projeto Gato do Mato, na bacia de Santos”, complementa Costa.
Outro projeto que garantirá aumento de produção da companhia é a usina termelétrica Marlim Azul, que tem previsão de entrar em atividade no segundo trimestre de 2023. Fruto da joint venture criada em 2019 entre Shell, Pátria Investimentos e Mitsubishi Hitachi Power Systems, a usina está em construção em Macaé, no Rio de Janeiro.
Quando ficar pronta, terá condições de gerar 565 megawatts de energia elétrica a partir de gás do pré-sal. “Esse projeto tem capacidade para suprir uma cidade de dois milhões de habitantes”, reforça o presidente da Shell.
Costa não fala sobre o pipeline de investimentos que estão em análise. “Posso dizer que historicamente a Shell investiu entre US$ 1 bilhão e US$ 2 bilhões no país por ano. E tem investido na casa de U$ 100 milhões a US$ 120 milhões em pesquisa e desenvolvimento no país por ano”, comenta, para acrescentar que não garante que o mesmo aporte será mantido no futuro.
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Suzano obtém receita recorde, constrói outra fábrica no MS e investe em produtos inovadores para manter a liderança no setor “Nossa companhia é movida pelo próximo passo”, define o presidente da Suzano, Walter Schalka
Julio Bittencourt/Valor
Ser um elemento de transformação social a partir da árvore – eis a meta da Suzano, a maior produtora mundial de celulose. Com este propósito, a empresa fez uma parceria em 2017 com a startup finlandesa Spinnova e investiu US$ 22 milhões em uma fábrica de tecido cuja matéria-prima também é retirada do eucalipto reflorestado. O produto não utiliza componentes químicos nocivos ao ambiente e reduz o volume de água consumido no seu processo. Outro anúncio recente nesta mesma linha foi o avanço nos estudos para a produção do bio-óleo, combustível renovável derivado da biomassa de resíduos florestais. São passos rumo à diversificação e à economia circular colocados em movimento.
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“Nossa companhia é movida pelo próximo passo”, define o presidente da Suzano, Walter Schalka. Para isso, diz, é preciso estar atento para um mercado cada vez mais volátil e ter agilidade e flexibilidade. “O que vimos com a pandemia e com as mudanças geopolíticas recentes são só dois exemplos do quanto o mundo está volátil e exige agilidade nas decisões. Não sei quais serão as próximas crises que o mundo enfrentará, mas pode ter certeza de que elas virão”, comenta Schalka. Além dos novos investimentos, outra medida importante da Suzano foi renegociar dívidas para alongar vencimentos e prefixar taxas de juros. Com isso, a companhia se preveniu contra a contínua desvalorização do real em 2021 e aproveitou a alta no preço das commodities, o que valorizou suas exportações para mais de cem países.
Os resultados financeiros da companhia são do tamanho do seu desafio. Com receita líquida de R$ 40,96 bilhões, obteve um Ebtida ajustado de R$ 23,5 milhões, o melhor de sua história, garantindo uma margem sobre a receita líquida de 70,4%. De suas sete fábricas de celulose, quatro de papel e cinco unidades de bens de consumo saíram 10,6 milhões de toneladas de celulose e 1,3 milhão e toneladas de papel. Assim como nos anos anteriores em que também ocupou o topo no setor de Papel e Celulose, a eficiência operacional, os baixos custos e o forte controle das despesas tiveram papel fundamental nesse resultado.
A robustez desses números permite à empresa seguir com seus projetos de crescimento. O maior investimento do grupo nos anos recentes, a construção de uma nova fábrica no município de Ribas do Rio Claro, no Mato Grosso do Sul, vai consumir R$ 19,3 bilhões até 2024, quando deve ser inaugurada. Deste total, R$ 14,7 bilhões serão aplicados na área industrial e R$ 4,6 bilhões em atividades florestais, o que ampliará em 22% a produção da empresa, prevê Schalka. A instalação de uma planta no Espírito Santo para a fabricação de papel tissue, com investimentos previstos de R$ 600 milhões, é outro empreendimento recente que se soma aos aportes em novos produtos na área florestal, muitos deles nascidos nos sete centros de pesquisas (cinco deles no Brasil e os demais em Israel e no Canadá).
Schalka ressalta que a empresa só se mantém sólida e competitiva em razão da sua preocupação constante com os funcionários e de seu engajamento. Os 16,6 mil empregados diretos que mantém contratados são sempre estimulados a enfrentar novos desafios. A busca é por uma cultura “transformacional”, nas palavras do presidente da Suzano. A intenção, diz o CEO, é alcançar a excelência em todas as áreas da empresa, estimulando os colaboradores a pensar e agir de forma a manter a competitividade, uma “obsessão da empresa”.
Empresa se prepara para também produzir óleo biocombustível e tecido a partir de celulose
Julio Bittencourt/Valor
Numa companhia com forte laço agrícola e produção espalhada pelas principais regiões rurais do país, a gestão das florestas e a eficiência logística jogam outro papel importante no desempenho da Suzano. As novas apostas que aumentaram a capacidade instalada das fábricas levaram a companhia a ampliar sua base florestal, com a aquisição de mais terras no Centro-Oeste e no Espírito Santo. Para fazer frente à demanda de celulose, atualmente são plantadas 800 mil árvores/dia, mudas saídas de laboratórios e viveiros existentes nas principais regiões de plantio.
Ser eficiente passa por detalhes e ganhos nem sempre percebidos facilmente. Um exemplo é o projeto Tetrys, outro investimento importante realizado na área florestal. Baseado em inteligência artificial e big data, permite à empresa fazer uma melhor combinação entre as variedades de clones de eucalipto e as áreas de plantio, analisando variáveis como temperatura, volume de chuva, tipo de solo e altitude, o que permite um ganho de 2% na produtividade das plantas, garantindo maior assertividade no plantio e redução de ataques de pragas, de doenças e no uso de insumos.
A inovação permeia as ações da Suzano. Para isso, estar presente no ecossistema de inovação faz todo o sentido para a empresa, que está presente no Cubo e acaba de anunciar o lançamento do Suzano Ventures, um fundo de capital de risco com aporte inicial de US$ 70 milhões para financiar inovação aberta. Inicialmente o fundo dará atenção a startups ou novas empresas com negócios estruturados que apresentem soluções tecnológicas no campo da biomassa de celulose e de embalagens celulósicas. Outro foco da empresa são as chamadas agtechs, novas e inovadoras empresas do agronegócio que estejam desenvolvendo tecnologias que impactem a produtividade das agroflorestas. Nessa mesma linha de interesse, o fundo quer atrair inovadores que tragam tecnologias e soluções que auxiliem no sequestro de carbono e na mensuração dessa captação. A área ambiental tem conquistado cada vez mais espaço na Suzano e tomado a atenção dos investidores. A empresa está entre as escolhidas pela B3 para compor o Índice Carbono Eficiente (ICO2 B3) e o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE B3).
A parceria com a canadense Celluforce, iniciada pela Fibria antes da fusão com a Suzano em 2019, é outra aposta que segue na empresa. A canadense é líder mundial de celulose nanocristalina, obtida a partir da fibra da planta. A substância, que é biodegradável, pode melhorar a qualidade de óleo, gás, adesivos, papel, papelão, tintas, cosméticos e até mesmo ser usada na indústria eletroeletrônica para produção de telas. Em 2020 algumas consultorias estimaram em US$ 600 bilhões esse mercado mundial. Um investimento que, além do potencial de melhorar os próprios produtos, abre a possibilidade de desenvolvimento de novos negócios a partir das árvores plantadas pela Suzano.
Nada disso adiantaria, no entanto, se a logística não contasse com investimentos pesados para dar vazão aos diversos produtos e compor os resultados da Suzano. Por isso, recentemente a empresa inaugurou um novo berço no porto de Itaqui, no Maranhão, onde também avança na construção de um armazém. O Arco Norte é uma importante saída de exportação. Os investimentos nos dois projetos somam R$ 390,2 milhões e darão mais eficiência à produção da fábrica de Imperatriz (MA), que soma 1,65 milhão de toneladas de papel. Os investimentos nos sistemas portuários somam R$ 900 milhões desde 2019 e é parte da estratégia de garantir competitividade internacional da companhia.
Veja tudo sobre o balanço da Suzano e outros indicadores financeiros, além de todas as notícias sobre a companhia no Valor Empresas 360

Com portfólio mais enxuto e simplificado, desenvolvido para atender maior demanda por qualidade, mineradora reforça prioridade a atividades principais Bartolomeu: descarbonizar a siderurgia
Foto: Arthur Toledo / Divulgação
Queda nos preços do minério de ferro, gastos com o acidente ocorrido em Brumadinho (MG) em 2019, descaracterização de barragens e novo surto de covid-19 na China são os desafios que vêm impactando os resultados da Vale. A companhia registrou receita líquida no primeiro semestre de 2022 de US$ 21,7 bilhões, queda de cerca de 25% em relação ao mesmo período de 2021. A Vale não divulga previsão de receita para 2022, mas, de janeiro a junho, produziu 137,2 milhões de toneladas de minério de ferro, índice 3,7% abaixo dos 142,5 milhões do primeiro semestre de 2021
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São resultados que contrastam com os do ano passado. Em 2021, a Vale alcançou receita líquida de US$ 54,502 bilhões (R$ 293,5 bilhões, crescimento de 42,4% em relação a 2020). Desempenho que, associado à pontuação que obteve nos demais critérios analisados, a tornou campeã do setor de Mineração do Valor 1000 e a manteve em terceiro lugar na lista das mil maiores companhias brasileiras.
A Vale tem investido em reduzir os riscos da companhia e assim continuar a ser uma das maiores empresas de mineração do mundo. Para isso, a estratégia tem como foco o compromisso em se tornar uma empresa mais segura e confiável, sustentada por uma geração de caixa robusta e alocação disciplinada de capital. “Primeiramente, a Vale tem dado passos consistentes na redução de riscos da companhia, a partir de avanços para uma reparação rápida e justa em Brumadinho (MG), e na evolução na gestão de barragens, com nove estruturas a montante eliminadas desde 2019”, diz o presidente da empresa, Eduardo Bartolomeu.
Com um portfólio mais enxuto e simplificado, a mineradora também passa por uma reformulação para focar cada vez mais no seu core business. Após anunciar a venda dos ativos de carvão em Moçambique, no começo deste ano, a Vale concluiu em julho a venda do Sistema Centro-Oeste e assinou no mesmo mês um acordo vinculante com a ArcelorMittal para a venda da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), parceira na siderurgia no Ceará. Em paralelo à eliminação desses e outros redutores de caixa, a Vale tem avançado no aumento de eficiência de custos, liberando recursos para oportunidades de crescimento nos próximos anos.
“Em nosso negócio, somos a empresa que possui os minérios de mais alta qualidade no mercado mundial e seguimos priorizando valor sobre volume. Combinada com a disciplina da alocação de capital, focada no retorno para os acionistas, essa estratégia coloca a Vale no caminho para ser uma operadora cada vez melhor e a mais confiável, tornando-se referência em criação e compartilhamento de valor”, diz Bartolomeu.
Depois do acidente com a barragem de Brumadinho, a Vale passou a priorizar as pessoas, a segurança e a reparação. Segundo seu presidente, a empresa incluiu entre seus pilares estratégicos a segurança e excelência operacional e o novo pacto com a sociedade, para uma companhia mais segura e confiável, mantendo a entrega de valor aos acionistas.
Como parte de uma nova forma de operar, a Vale tem investido em novos projetos para reduzir a dependência de barragens de rejeitos, aumentando a produção via processamento a seco, implementando plantas de filtragem de rejeitos e desenvolvendo coprodutos, como a areia sustentável, obtida a partir do tratamento dos rejeitos de minério de ferro. “Além disso, a Vale adota desde 2020 métricas ESG (sigla em inglês para questões ambientais, sociais e de governança corporativa) na remuneração variável de seus executivos, o que demonstra comprometimento e foco no desenvolvimento sustentável de longo prazo na administração da companhia, afirma o executivo.
Outra tendência na companhia é a utilização de novas tecnologias, como inteligência artificial, robótica e automação de processos, que vêm permitindo ganhos em eficiência e produtividade. No ano passado, a Vale investiu R$ 2,9 bilhões em atividades de pesquisa e desenvolvimento.
Bartolomeu afirma que a Vale está posicionada de forma única para se beneficiar das tendências que afetam a mineração, como a maior demanda por minério de alta qualidade e a transição energética e descarbonização da economia. “Temos aumentado nosso portfólio de minério de ferro Classe 1 para descarbonizar a siderurgia e seguimos fazendo o turnaround em metais básicos para apoiar a eletrificação da economia.”
Em minério de ferro, a empresa está ampliando a flexibilidade do Sistema Norte, com dois projetos que irão adicionar 30 milhões de toneladas anuais (mtpa) de capacidade até 2025. O investimento total nesses dois projetos é de US$ 2,2 bilhões. No Sistema Sudeste estão sendo adicionadas mais 18 mtpa com o Projeto Capanema, que também tem início previsto para 2025 e representa um investimento de US$ 900 milhões.
Entre os principais projetos em execução está ainda o desenvolvimento de duas plantas de briquete verde na Unidade Tubarão, em Vitória (ES), com início previsto para 2023. “Esse produto inovador, desenvolvido pela empresa ao longo de quase 20 anos, poderá reduzir em até 10% a emissão de gases de efeito estufa (GEE) na produção de aço de nossos clientes siderúrgicos. Além disso, o projeto Gelado, no Pará, com capacidade de produção de dez milhões de toneladas ao ano, está na reta final de construção”, informa Bartolomeu. Em metais básicos, os projetos de crescimento em andamento para níquel e cobre incluem a entrega de Salobo 3, em Carajás, além de Voisey’s Bay e Copper Cliff, no Canadá.
Para zerar emissões líquidas de carbono diretas e indiretas (escopos 1 e 2) até 2050, a Vale estima a necessidade de investimentos entre US$ 4 bilhões e US$ 6 bilhões até 2030, com uma carteira que hoje já possui mais de 40 iniciativas. Já para reduzir emissões de escopo 3, em busca de soluções para descarbonização da cadeia, foram assinados 20 memorandos de entendimento (MOUs) com clientes que representam aproximadamente 30% da produção mundial de aço.
Na região amazônica, só nos últimos três anos, a Vale destinou mais de R$ 1 bilhão a investimentos voluntários para financiar ações de conservação, pesquisa, desenvolvimento territorial e incentivo à cultura. Há quase 40 anos na Amazônia, a empresa contribui diretamente na proteção do bioma, com uma área de 800 mil hectares, composta por seis unidades de conservação, conhecida pelo nome de Mosaico de Carajás, equivalente a cinco vezes a cidade de São Paulo. As operações da companhia ocupam menos de 2% dessa região para atividades de mineração.
Sobre a economia em 2023, a Vale acompanha a perspectiva de retomada a partir do cenário econômico global. Para a siderurgia brasileira, 2021 foi um ano de recuperação, com crescimento de 15,3% na produção de aço bruto, que havia sido afetada pela pandemia. Ainda que algumas incertezas relacionadas a este e outros temas globais tendam a continuar em 2023, a Associação Mundial de Siderurgia (WSA, na sigla em inglês) publicou recentemente estimativa de crescimento de 5% para a demanda de aço acabado no Brasil. “Embora a WSA não traga a abertura por setor, acreditamos que o segmento automotivo deverá experimentar uma retomada, uma vez que tem sido impactado pela falta de componentes, como, por exemplo, os semicondutores”, diz Bartolomeu.
Veja tudo sobre o balanço da Vale e outros indicadores financeiros, além de todas as notícias sobre a companhia no Valor Empresas 360

Pesquisa divulgada nesta segunda-feira (5) mostrou Lula com 44% e Bolsonaro com 31% das intenções de voto A pesquisa Ipec contratada pela “TV Globo” e divulgada hoje, na qual o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manteve a dianteira em relação ao presidente Jair Bolsonaro (PL), com uma diferença de 13 pontos percentuais na intenção de voto (44% a 31%) no primeiro turno, mostrou também uma leve oscilação na preferência de determinados grupos em relação aos dois presidenciáveis.
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Mesmo com o acréscimo de R$ 200 mensais no Auxílio Brasil, feito pelo governo até o fim deste ano, os beneficiários mostram larga preferência pela volta do petista ao Palácio do Planalto. De acordo com a sondagem, Lula subiu, dentro da margem de erro, de 50% para 52% entre eleitores em domicílios em que alguém recebe benefício do governo federal. Entre aqueles que têm renda familiar mensal de até 1 salário mínimo, o candidato do PT foi a 56% (eram 54% no levantamento anterior).
Já Bolsonaro oscilou negativamente, de 29% na pesquisa anterior para 26%, entre as mulheres e entre aqueles que detêm ensino médio (34%, ante 37% anteriormente). O atual presidente registrou crescimento entre os que têm renda de 2 a 5 salários mínimos, indo a 40%, ante 37% do levantamento anterior; e entre os que vivem na região Sul, alcançando 39%, ante 34% na pesquisa anterior.
O Ipec, fundado por executivos do antigo Ibope, ouviu 2.512 pessoas entre os dias 2 e 4 de setembro em 158 municípios, captando o impacto no eleitorado da realização do primeiro debate presidencial entre os candidatos, realizado pela TV Band, “Folha de S. Paulo”, “TV Cultura” e “Uol”, e da primeira semana completa de propaganda eleitoral na TV, que começou no dia 26.
A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, considerando um nível de confiança de 95%. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o protocolo BR-00922/2022.
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- Denunciado pelo MP, Thiago Brennand deixou o Brasil no domingo (4) TAB
- EXCLUSIVO: Thiago Fernandes Vieira trocou o nome para se passar por Brennand Blog do Ricardo Antunes
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- Ipec: Lula tem 50% dos votos válidos no 1º turno, contra 35% de Bolsonaro e 9% de Ciro CartaCapital
- Ipec: Lula segue com 44%; Bolsonaro tem 31%; Ciro, 8%; Tebet, 4% Globo
- Análise: Ipec mostra Lula com 44%; Bolsonaro, 31% | WW CNN Brasil
- Goste-se ou não das pesquisas, os oráculos são elas – Congresso em Foco Congresso em Foco
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Segundo o presidente do Banco Central, é preciso passar uma mensagem de perseverança Mesmo com os efeitos das medidas do governo se traduzindo em leituras menores de inflação corrente e reduzindo também, parcialmente, as projeções de inflação para 2023, a avaliação do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, é que a autoridade monetária ainda precisa transmitir uma mensagem “dura” contra a inflação.
Valor 1000: Acompanhe a participação do presidente do Banco Central
“Se a inflação cai mais do que o esperado, há também um carrego menor para o ano que vem. Isso vai ser debatido no próximo Copom, mas a nossa avaliação é que a gente precisa passar uma mensagem dura. Entendemos que a mensagem que vale hoje é a mesma do último Copom, que a gente analisa um possível ajuste final. Temos dito que é importante passar a mensagem de perseverança”, afirmou Campos Neto, durante a cerimônia de premiação do Valor 1000.
Segundo ele, quando o BC possui maior grau de convicção sobre os cenários prospectivos, a comunicação tenta passar mais previsibilidade para os agentes financeiros. “Quando há mais incertezas, procuramos falar menos”, afirma o presidente do BC.
Na avaliação dele, o cenário para o ano seguinte, em que não há clareza sobre como se dará a retomada de tributos, além da forma de financiamento do Auxílio Brasil, reforça essa postura de menor visibilidade da autoridade. “Colocamos a taxa em um nível que entendemos que era restritivo. Agora vamos comunicar, passo a passo, o que fazer, à medida que formos tendo mais clareza sobre as coisas”, afirmou Campos Neto.
Quando perguntado diretamente se o cenário descrito pelo Banco Central ainda deixa aberta a possibilidade de um ajuste de 0,25 ponto percentual na Selic na reunião de setembro, Campos Neto afirmou que “isso significa que o BC vai avaliar um possível ajuste final”.
Na avaliação dele, cresceu o debate entre os economistas e dentro do próprio Copom sobre o Brasil estar se aproximando da “Nairu”, taxa de desemprego que é neutra do ponto de vista inflacionário. “Entendemos que ainda há espaço para a taxa de desemprego avançar, mas que ele diminuiu. Vai ser uma discussão no próximo Copom”, afirmou.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto (centro), conversa com os editores do jornal “Valor Econômico”, Talita Moreira (à esquerda) e Fernando Exman (à direita), durante a cerimônia de premiação do Valor 1000
Carol Carquejeiro / Valor

Com receita líquida de R$ 48 bilhões e alto índice de rentabilidade, siderúrgica deixa economia de guerra para trás e vai às compras “Os segundos semestres de 2020 e de 2021 foram excepcionais”, diz Benjamin Steinbruch
Ana Paula Paiva/Valor
O ano de 2021 marcou o aniversário de oito décadas da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e a realização de resultados recordes em todos os negócios do grupo. A receita líquida – de R$ 48 bilhões, o que equivale a alta de 59% sobre 2020 – foi a maior na história da empresa, sendo que o segmento de siderurgia foi responsável por 63% do total alcançado (antes das eliminações).
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Embora no quarto trimestre de 2021 o lucro líquido tenha sido de R$ 1,061 bilhão, 73% menor do que o resultado no mesmo período de 2020, no balanço anual, o lucro líquido fechou em R$ 13,6 bilhões, o que representa aumento de 217% ante o ano anterior. Ainda em 2021, a companhia atingiu um crescimento de 16% na produção de aço bruto em relação a 2020. Para os laminados, a alta foi de 12% no mesmo período comparativo, sendo que aços planos responderam por 94% desse resultado e aços longos pelos restantes 6%. Já as vendas saltaram 26% no segmento automotivo, 19% na área de linha branca e outros 19% para o setor industrial.
Os recordes alcançados pela CSN em 2021 levaram a empresa a se destacar principalmente em dois importantes quesitos de desempenho – responsáveis por elevar a companhia ao topo da classificação geral no setor de Metalurgia e Siderurgia da presente edição de Valor 1000. O mais decisivo deles foi a margem Ebitda produzida sobre a receita líquida, que foi de 47,5%, o maior percentual do setor no ano passado. A empresa também se destacou pela rentabilidade, com 58,2% do lucro líquido sobre o patrimônio, a quarta maior marca entre as siderúrgicas e metalúrgicas brasileiras.
Esses resultados se devem ao planejamento no primeiro ano da pandemia, segundo o CEO Benjamin Steinbruch. “Em 2020, nós nos preparamos para uma guerra: tomamos todas as medidas possíveis no sentido de reduzir custos, aumentar o cash, dilatar o prazo de pagamento aos fornecedores e adiantar o vencimento das contas dos clientes. Nós realmente fizemos uma economia de guerra, mas, como nos segundos semestres de 2020 e de 2021 tivemos meses excelentes, isso nos deu a oportunidade de aproveitar a melhora da economia e chegar a um resultado realmente muito expressivo”, relata.
O segundo trimestre de 2022 não acompanhou a tendência de alta na receita líquida da siderúrgica, ficando em R$ 10,5 bilhões, uma retração de 31% em relação ao desempenho obtido entre os meses de abril e junho de 2020. A companhia atribui essa queda aos ajustes negativos na cotação internacional do minério de ferro no período, que neutralizaram o efeito das vendas em alta.
A organização tem um plano de investimentos da ordem de R$ 6,3 bilhões até 2026 para modernização do parque industrial siderúrgico, com o objetivo de reduzir gargalos operacionais e aumentar a competitividade de volume. As usinas estão localizadas nos Estados do Rio de Janeiro (em Volta Redonda e Porto Real), Paraná (em Araucárias) e Minas Gerais (em Arcos). A maior delas – Unidade Presidente Vargas, em Volta Redonda – tem capacidade anual de produção de 5,8 milhões de toneladas de aço.
A multinacional brasileira comprou recentemente as cimenteiras Elizabeth Cimentos (na Paraíba) e a LafargeHolcim Brasil (com plantas no Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste), além de adquirir a Metalúrgica Iguaçu, de embalagens. Já no segmento de energia, a CNS incorporou ao grupo a Companhia Geradora do Rio Grande do Sul (C-EEE). “Estamos não só com o crescimento orgânico de cada uma das nossas unidades, mas também aumentando o nosso portfólio com essas aquisições. Investimos de forma agressiva, mas porque nosso balanço se fortaleceu e permitiu que continuássemos com o plano de crescer”, diz Steinbruch. Ele espera que a receita da CSN continue aumentando em 2022, mas prefere não divulgar o percentual de incremento esperado.
O ano de 2021 também marcou a instalação do Comitê ESG da CSN, que iniciou os trabalhos de apoio ao conselho de administração na avaliação de tendências de sustentabilidade e inovação. A companhia adotou a meta de reduzir em 10% as emissões específicas por tonelada de aço produzido. “Recentemente, assumimos um compromisso ainda mais ousado, elevando essa meta de redução para 20% até 2035”, afirma Steinbruch.
O grupo adquiriu recentemente duas cimenteiras e planeja investir R$ 6,3 bilhões até 2026
Julio Bittencourt/Valor
A aposta para alcançar o objetivo, segundo o executivo, é o aumento da eficiência na utilização de materiais, energia e processos, além de soluções como o hidrogênio verde. A CSN Mineração, por exemplo, já utiliza 100% de energia renovável e se comprometeu a diminuir os lançamentos de gases de efeito estufa na atmosfera para 30% até 2035. Também assumiu o compromisso de se tornar carbono neutra nas emissões diretas até 2044. Para conseguir este objetivo, a eletrificação é uma das ferramentas utilizadas. A estratégia conta com a aquisição de dois caminhões elétricos importados da China, que começarão a operar no transporte de rejeitos ainda neste semestre, na mina de Casa de Pedra, em Congonhas (MG).
Paralelamente a isso, o grupo tem procurado racionalizar o uso de água em suas operações. “A Usina Presidente Vargas foi a primeira siderúrgica do mundo a ter realizado sua pegada hídrica de acordo com a norma ISO 14.046”, afirma. “Nos últimos 20 anos, ela reduziu em 70% a intensidade de captação de água nova, mesmo com a implantação de outras unidades em suas instalações”, destaca o CEO da CSN.
No que se refere à responsabilidade social, a Fundação CSN investiu mais de R$ 105 milhões nos projetos em que atua, ligados principalmente à educação e cultura. Quanto à representatividade de gênero, a empresa quer ter 28% de mulheres no quadro de funcionários até 2025 (são mais de 30 mil colaboradores em geral) e investe em programas de formação voltados para este público, como o Capacitar, que ocorre, no campo da siderurgia, na Usina Presidente Vargas e, no da mineração, em Congonhas (MG). Neste ano, o percentual feminino no grupo chegou a 19,2%.
Os esforços de inclusão também produziram resultados. Houve crescimento de 8% no número absoluto de pessoas com deficiência entre dezembro de 2021 e o último mês de julho – a empresa é uma das fundadoras do Movimento pela Equidade Racial (Mover). Do total de colaboradores, 54% se identificam como pretos ou pardos e, na liderança, o percentual atinge 33% do quadro geral. Para fortalecer a equipe, a companhia está lançando uma universidade corporativa com o objetivo de alinhar competências organizacionais a sua cultura e aos desafios estratégicos.
De acordo com Steinbruch, os colaboradores que iniciaram a carreira na organização em posições como aprendizes, auxiliares e estagiários e chegaram a cargos de gestão têm em comum uma atuação como “donos do negócio”, a criatividade nas soluções propostas e a “capacidade de fazer mais com menos, especialmente em momentos difíceis”. Aumentar a produtividade sem abdicar da redução de custos, aliás, é um dos pilares da siderúrgica.
Com ações listadas na B3 e na Bolsa de Nova York (NYSE), a holding – que, de modo geral, atua nos setores de siderurgia, mineração, logística, cimento e energia – está presente em 18 Estados brasileiros e tem operações na Alemanha e em Portugal.
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Demanda por eletrodomésticos, construção civil e máquinas e equipamentos impulsiona a retomada da indústria de eletroeletrônicos “Reforçamos o investimento na produção e ganhamos produtividade”, afirma o CEO Harry Schmelzer Jr
Julio Bittencourt
Depois de superar as turbulências dos primeiros meses da pandemia, a WEG, fabricante brasileira de motores e equipamentos eletroeletrônicos, com atuação internacional, voltou a crescer a partir de julho de 2020, impulsionada por novos negócios. Em 2021, a companhia com sede em Jaraguá do Sul (SC) teve faturamento líquido de R$ 23,6 bilhões, 34,9% a mais do que no ano anterior, com 54% da receita proveniente de vendas fora do Brasil. No ano, seu investimento em bens de capital totalizou R$ 847 milhões e o quadro de pessoal ganhou quase quatro mil novos profissionais. Os indicadores lhe garantiram o primeiro lugar no ranking Valor 1000 no setor de Mecânica.
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“No Brasil, esse crescimento veio sobretudo nos negócios para atender à demanda de eletrodomésticos, da construção civil, do agronegócio e de máquinas e equipamentos para a indústria”, informa o diretor-presidente-executivo da empresa, Harry Schmelzer Jr. “Desde o início de 2021 reforçamos o investimento na produção, o que nos proporcionou mais produtividade e, consequentemente, melhores resultados.”
Entre os investimentos realizados, ele destaca a melhoria de processos e a automação das operações, além do aumento da capacidade das fábricas do Brasil, China e México. A WEG também implantou uma nova fábrica de transformadores nos Estados Unidos, a terceira deste negócio no país, e iniciou a construção de uma nova fábrica de motores na Índia, uma importante base de operações no mercado asiático. Com 36,9 mil colaboradores, a multinacional brasileira reúne agora fábricas em 14 países e filiais em 38.
Neste ano, a companhia investiu R$ 548,8 milhões em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I). Sua estratégia de crescimento se baseia em dois grandes pilares: o permanente desenvolvimento tecnológico e o avanço no mercado mundial com investimento em novos negócios alinhados às grandes tendências da economia verde – energias renováveis, armazenamento de energia, mobilidade elétrica, eficiência energética e soluções para a indústria 4.0.
A WEG é uma tradicional fornecedora de turbinas e geradores para pequenas e médias centrais hidrelétricas e para termelétricas movidas a biomassa. “Nos últimos anos, avançamos no fornecimento de usinas eólicas e na geração solar e estamos dando os primeiros passos em sistemas de armazenamento de energia em baterias”, informa Schmelzer. Outra área de negócios em energia é o apoio à exploração de petróleo em águas profundas. Em parceria com a SBM Offshore, a companhia irá fornecer turbogeradores para uma embarcação flutuante de produção, armazenamento e descarga, com operação prevista para o segundo semestre de 2024.
Na mobilidade elétrica, a empresa tem investido em “power train” – ou trem de força, o conjunto formado por um motor elétrico de tração mais um inversor de frequência – e em baterias para ônibus e caminhões. Uma área promissora é a linha de estações de recarga com sistemas inteligentes, que possibilitam o uso simultâneo e seguro de diversas estações sem ultrapassar a capacidade da instalação elétrica. Para a indústria 4.0, as soluções em desenvolvimento incluem softwares para melhorar a gestão e eficiência no chão de fábrica.
Outro negócio em que a WEG aposta forte é o das redes 5G privadas dentro das fábricas, no agronegócio e nas cidades. Há pouco mais de um ano, a empresa está testando em uma fábrica em Jaraguá do Sul um robô logístico conectado à rede de telecomunicação em alta velocidade. O autômato circula pelo ambiente fabril, entregando e recebendo peças em quatro pontos de coleta. O projeto-piloto é realizado em parceria com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
Mesmo em um cenário macroeconômico não tão favorável ao Brasil, muitos segmentos importantes estão crescendo e demandando produtos da WEG, avalia seu presidente-executivo. Destacam-se os ligados a commodities, transmissão e distribuição de energia elétrica, implantação de parques eólicos, energia solar distribuída e exportações de maneira geral. No exterior, a companhia tem a expectativa de crescimento com a entrada em novas geografias, novos negócios e maior participação em grandes mercados como China e Estados Unidos.
Em 2022, o orçamento para investimento em bens de capital é de R$ 1,5 bilhão, com o objetivo de aumentar a capacidade produtiva. A previsão é de que 55% dos recursos sejam alocados no Brasil. Entre os principais investimentos planejados está a expansão da fábrica de motores comerciais em Linhares (ES), um projeto de R$ 34 milhões. A empresa também está aumentando a capacidade para a produção de transformadores em Itajubá e Betim (MG), para atender o mercado de transmissão e distribuição de energia, e investindo em soluções para a indústria 4.0 nos processos industriais.
A WEG planeja investir R$ 1,5 bilhão em bens de capital neste ano, 55% deles no Brasil
Celso Doni/Valor
Na América do Norte, os principais investimentos previstos são a expansão da operação de transmissão e distribuição nos Estados Unidos e o aumento da capacidade da fábrica no México, visando ampliar a sinergia com o mercado estadunidense. Na Ásia, a multinacional brasileira pretende concluir uma nova fábrica de motores industriais de baixa tensão na Índia. Também planeja continuar os investimentos para aumentar a capacidade de motores industriais na China e ampliar o negócio de automação no país, com foco em novos produtos. O principal investimento previsto para a Europa será em uma nova fábrica de motores industriais em Santo Tirso, Portugal.
Inovação aberta continua uma prioridade, tanto no Brasil quanto no exterior. A WEG tem lançado desafios permanentes aos parceiros, abrangendo demandas amplas e também específicas, como a de embalagens alternativas para os motores elétricos. “Realizamos também parcerias com os centros de P&D das principais universidades e institutos de pesquisa do Brasil e do mundo”, informa o executivo. “Convidamos professores das mais renomadas universidades para participarem das reuniões do nosso Comitê Científico e Tecnológico, quando discutimos as principais tendências mundiais em inovação em nossa área de atuação.”
Schmelzer acredita que os fundamentos técnicos e das tecnologias permanecerão sempre relevantes, mas cada vez mais as chamadas “soft skills” (habilidades comportamentais) serão necessárias, não apenas para o setor eletromecânico, como também para todo o mercado. “A capacidade de lidar com um alto nível de tecnologia disponível e fazer sua aplicação correta, levando em conta os impactos sociais e ambientais, fará a diferença hoje e nos próximos anos”, afirma o executivo.
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