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Pesca Profissional Artesanal: um tipo de pesca caracterizada principalmente pela mão de obra familiar, com embarcações de pequeno porte, como canoas ou jangadas, ou ainda sem embarcações, como na captura de moluscos perto da costa. Sua área de atuação está nas proximidades da costa, nos rios, reservatórios, lagos/lagoas, estuários e açudes. Lei Federal 11.959 de 29/06/2009.

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Grupo está diversificando seu negócio para ser mais do que uma rede de medicina diagnóstica O grupo Fleury foi eleito
O desempenho consistente e os números do último ano colocaram em destaque o Itaú Unibanco, fazendo dele o vencedor neste
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Grupo está diversificando seu negócio para ser mais do que uma rede de medicina diagnóstica O grupo Fleury foi eleito Empresa de Valor da 22ª edição do Valor 1000. A companhia foi a campeã do setor de Serviços Médicos e acumulou indicadores que a colocaram na frente do ranking geral como “a melhor entre as melhores”.
Leia tudo sobre as campeãs setoriais e o ranking das 1000 maiores empresas do Brasil
Os dois últimos anos foram transformacionais para o Grupo Fleury. Ao mesmo tempo em que foi desafiada a atender as demandas da covid-19, uma doença até então totalmente desconhecida, a companhia iniciou um processo de diversificação de seu negócio para ser mais do que uma rede de medicina diagnóstica. Como fez a ciência na pandemia, o Fleury vem dando passos largos em várias frentes na área da saúde.
Além dos laboratórios, o Fleury hoje tem clínicas de ortopedia, oftalmologia, fertilidade, infusão, hospital dia e oferece consultas via telemedicina. Também inovou ao lançar um fundo de R$ 200 milhões em parceria com seu concorrente Sabin para investir em inovação. Em maio, assinou uma joint venture com a BP-Beneficência Portuguesa e a Bradesco Saúde para a criação de uma empresa especializada em oncologia. E, há cerca de três meses, anunciou uma fusão com o Hermes Pardini, reunindo dessa forma o segundo e terceiro maiores grupos de medicina diagnóstica do país, com 500 laboratórios. A receita líquida do Fleury que foi de R$ 3,8 bilhões em 2021 salta para R$ 6,1 bilhões com a combinação dos negócios.
Jeane Mike Tsuitsui, CEO do Fleury, na premiação do Valor 1000
Silvia Costanti / Valor
Além da diversificação, a agenda do Fleury inclui ampliar o público atendido, que hoje está mais restrito à população de renda mais alta. A fusão com o Hermes Pardini possibilitará à companhia entrar no segmento intermediário baixo. Recentemente a empresa criou um serviço de assinatura mensal que dá direito a consultas e exames e tem por objetivo atender o grande contingente de pessoas sem convênio médico.
“O Brasil, infelizmente, é palco de uma grande desigualdade social. Mas é também uma referência em sistema de saúde público. Temos um SUS estruturado, mas que enfrenta grande demanda a ser atendida. É nesse vácuo que nós, da iniciativa privada, também devemos atuar. Atualmente, apenas 23% da população tem acesso à saúde suplementar. Certamente as empresas estão buscando formas de promover mais saúde física e mental a seus colaboradores, o que tem impacto direto na produtividade. Acreditamos que com a melhora da saúde e educação podemos promover maior desenvolvimento econômico do país”, disse Jeane Tsutsui, presidente do Grupo Fleury, durante cerimônia de premiação do “Valor 1000”.
A diversificação dos negócios é uma tendência no setor de saúde. Várias empresas estão seguindo esse caminho. No Fleury, a estratégia é oferecer ao paciente a possibilidade de marcar consultas, procedimentos médicos e exames de forma integrada, em uma mesma plataforma, o que estimula o agendamento de diferentes serviços na própria empresa. Além de gerar ganhos econômicos com as sinergias e reduzir gastos, um atendimento médico integrado possibilita melhor desfecho clínico. Hoje, os tratamentos são realizados de forma fragmentada, com repetição de exames e várias consultas com o mesmo especialista.
Outro motivo dessa diversificação é o envelhecimento da população que deve aumentar a incidência de doenças crônicas e câncer. No primeiro caso, na maioria das vezes, não é necessário atendimento hospitalar e sim ações de prevenção que são realizadas por meio de exames, consultas e acompanhamentos integrados entre os vários especialistas. Já nos casos de câncer, a demanda é por atendimento especializado e altos investimentos em novas tecnologias, o que levou à criação da joint venture com a BP e Bradesco Saúde.
O Fleury também está participando da Favela 3D, projeto da ONG Gerando Falcões em parceria com a iniciativa privada que pretende transformar as comunidades carentes em áreas com serviços de educação, saúde, comércio, infraestrutura básica e programas de geração de renda. O Fleury instalou na Favela dos Sonhos, em Ferraz de Vasconcelos (SP), uma cabine de atendimento que fará o acompanhamento de atenção médica primária, com exames e consultas, para os moradores. O mesmo projeto será replicado na Favela Marte, em São José do Rio Preto (SP), em 2023.
Veja tudo sobre o balanço do Fleury e outros indicadores financeiros, além de todas as notícias sobre a companhia no Valor Empresas 360


O desempenho consistente e os números do último ano colocaram em destaque o Itaú Unibanco, fazendo dele o vencedor neste primeiro ano em que o Valor 1000 indica uma instituição bancária como a melhor da categoria Maluhy Filho, CEO: olhar cuidadoso para a eficiência
Silvia Zamboni/Valor
Criar valor para acionistas e clientes. Mais do que uma meta, é a estratégia que o Itaú Unibanco adotou ao longo dos anos para se manter lucrativo, garantindo ao banco um crescimento sustentável mesmo diante de um mercado bastante desafiador. Das turbulências na macroeconomia local às transformações da economia mundial, passando pela chegada das fintechs e dos bancos digitais, quem soube se reinventar saiu na frente.
Os números do Itaú Unibanco mostram isso. O banco é o maior entre os cem que compõem o ranking de bancos de Valor 1000, com ativo total de R$ 2,17 trilhões (os cem maiores somaram R$ 10,97 trilhões em ativos em 2021). O Itaú alcançou R$ 850,37 bilhões em depósitos totais, obteve um lucro líquido de R$ R$ 24,98 bilhões e somou R$ 155,57 bilhões em patrimônio líquido. O banco reinvestiu R$ 21,3 bilhões nos negócios no mesmo período e garantiu aos acionistas um retorno de R$ 7,1 bilhões em dividendos ou juros sobre capital próprio.
O desempenho consistente e os números do último ano colocaram em destaque o Itaú Unibanco, fazendo dele o vencedor neste primeiro ano em que o Valor 1000 indica uma instituição bancária como a melhor da categoria. Para a escolha foram selecionadas as 25 maiores instituições, definidas pelo ativo total. Desse grupo foram avaliados indicadores que levaram em consideração porte e desempenho. Dos nove critérios aplicados pelo anuário para análise dos grandes bancos, o Itaú Unibanco venceu em cinco, além de exibir rentabilidade na faixa superior do grupo e custo operacional na mediana das demais instituições financeiras analisadas.
“Temos operado com um olhar muito cuidadoso para a eficiência. Mantivemos nossa trajetória de custos operacionais sempre abaixo da inflação, sem abrir mão dos investimentos, fundamentais para continuarmos ofertando os melhores produtos e o melhor atendimento”, diz o CEO do banco, Milton Maluhy Filho. Esse desempenho, que oferece ao banco um caixa bastante robusto e poder de negociação, permite que oportunidades percebidas no mercado possam ser efetivadas.
Um exemplo foi a aquisição neste ano, por R$ 493 milhões em uma primeira tranche, da Avenue, corretora digital de valores no exterior, oferecendo aos clientes do banco operações no mercado internacional. A operação está alinhada com a estratégia de oferecer um maior leque de produtos e serviços em investimentos aos correntistas.
O Itaú também é reconhecido por seu perfil agressivo na área de tecnologia. Um dos pioneiros no desenvolvimento do internet banking, trabalha para fechar um ciclo de transição de todos os seus sistemas de tecnologia para nuvem até 2024, ganhando mais musculatura para enfrentar as fintechs, além de reduzir custos e fazer frente à demanda dos clientes por digitalização em produtos e atendimento.
A virada digital tem trazido bons resultados. Em 2021, o banco obteve um crescimento de 22,8 milhões de novos clientes em sua base, adquiridos por meio dos canais digitais, um aumento de 256% em relação ao ano anterior. Apenas o iti, o banco digital da marca, atingiu 14,6 milhões de clientes, aproximando-se da meta de 15 milhões definida para aquele ano, segundo aponta o relatório anual do banco – 86% desses clientes não eram correntistas do Itaú.
Atualmente, o digital é o principal canal de distribuição do grupo, com 63% de participação nas vendas do último trimestre do ano passado. “Encaramos a transformação digital muito mais como uma mudança de cultura. E um dos pilares é poder atender nossos clientes onde, quando e como eles quiserem ser atendidos”, diz o CEO, oferecendo serviços desenhados para cada público, seja no app ou na agência.
Olhar com atenção os ensinamentos e oportunidades da inovação e do empreendedorismo já havia levado o Itaú, em 2015, a construir uma parceria com a Redpoint eventures para a criação do Cubo, um ambiente nascido para fomentar o ecossistema de inovação e startups no país. A iniciativa aproximou ainda mais o banco de novas soluções e talentos, muitos desses tendo sido chamados para se associar no desenvolvimento de novas tecnologias e canais de distribuição.
A aproximação do banco com empreendedorismo e apoio a ações que tenham impacto social positivo é igualmente longa. Em 2013, por exemplo, o Itaú havia criado o Itaú Mulher Empreendedora (IME), em parceria com a IFC (ligada ao Banco Mundial), que visa apoiar o empreendedorismo feminino. O ano de 2021 fechou com operações de crédito da ordem de R$ 11,5 bilhões em fomento a empresas de mulheres proprietárias, um incremento de 31% em relação ao ano anterior.
Também no campo do apoio a novos empresários, o banco tem como compromisso assessorar 300 mil PMEs até 2026, com financiamento e consultoria financeira. Pretende ainda contribuir com a inclusão bancária de 30 milhões de pessoas oferecendo soluções financeiras de baixo custo, sendo 20 milhões deste total das classes D e E, situadas nas regiões Norte e Nordeste do país.
Na área de gestão de pessoas, o banco também se destacou no último ano e tem frequentado a lista das melhores empresas nessa área, sendo presença constante no Valor Carreira. O banco investiu R$ 49,5 milhões em aprendizagem em 2021 e trabalha constantemente a transformação cultural e a diversidade na empresa. “Sem equipes engajadas, motivadas, diversas e efetivamente envolvidas no processo, não há tecnologia que, sozinha, entregue os resultados que buscamos”, enfatiza Maluhy Filho. Ser aberto a novos formatos e ser flexível são características importantes nessa jornada.
Gente é fundamental para levar o setor financeiro a escalar outro tema relevante: as práticas ESG, o acrônimo em inglês para os aspectos ambientais, sociais e de governança, o que vem exigindo do mercado financeiro maior atenção. O Itaú criou em 2019 sua estratégia que chamou de Compromissos de Impacto Positivo, com cerca de 50 metas e indicadores alinhados com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, que são monitorados diretamente pela direção do banco.
Com o compromisso de investir R$ 400 bilhões até 2025 para apoiar o desenvolvimento de uma economia mais sustentável e inclusiva, o banco focará suas ações em três pilares: concessão de crédito em setores de impacto positivo na sociedade; estruturação de operações de mercado com selo ESG (como ESG bonds, ESG loans e debêntures verdes) e produtos ESG para o mercado de varejo, como o financiamento de carros elétricos e híbridos, painéis solares e microcrédito. Alinhado ao debate sobre mudanças climáticas, o Itaú assinou a adesão ao Net-Zero Banking Alliance (NZBA), assumindo o compromisso de zerar emissões de carbono até 2050.
São ações que compõem a missão de crescimento do banco e passam pela mudança cultural e pela digitalização dos negócios. No curto prazo, diz Maluhy Filho, o cenário macroeconômico é o principal risco. “A alta dos juros e a inflação tendem a impactar negativamente a demanda por crédito e o cenário de inadimplência”, diz. No longo prazo, o maior desafio é ter a capacidade de se manter resiliente e oferecer serviços adequados aos vários tipos de cliente de forma mais ágil que os concorrentes diretos. Isso em um setor que sempre foi muito competitivo.
Veja tudo sobre o balanço do Itaú Unibanco e outros indicadores financeiros, além de todas as notícias sobre a companhia no Valor Empresas 360


A empresa gaúcha deixou para trás os traços de empresa familiar, fez aquisições, reforçou sua presença nos Estados Unidos e investe em geração própria de energia Machado, CEO: empresa mais robusta
Foto: Alex Battistel / divulgação
A resiliência trazida pelo modelo de diversificação de negócios é um dos principais eixos do sucesso da Randon, gaúcha presente em quatro continentes, com 31 plantas industriais e produtos vendidos em mais de 120 países. A estratégia fez a receita da companhia crescer três vezes e meia nos últimos cinco anos, período em que adquiriu 14 empresas e criou sete novas plantas completas (greenfield), e tem como base investimentos em novas tecnologias, inovação, expansão de capacidade, desenvolvimento de novos produtos e internacionalização.
Leia tudo sobre as campeãs setoriais e o ranking das 1000 maiores empresas do Brasil
Para conquistar o primeiro lugar no setor de Veículos e Peças, a Randon saltou duas posições em relação à edição passada e pontuou nos seis critérios de classificação, somando 71,4 pontos no total dos seis critérios avaliados, ante 56,3 da Mahle Metal Leve, a segunda colocada. As duas empresas se destacaram nos quesitos margem Ebtida e rentabilidade.
As aquisições feitas pela empresa miram novos mercados, mais tecnologia e ampliação de capacidade. A iniciativa mais recente levou a companhia a reforçar sua presença nos Estados Unidos, onde já contava com operação local da Fras-le, de sistemas automotivos, e da Autom, de automação. Em julho, fechou contrato para aquisição da fabricante norte-americana de semirreboques Hércules, com investimento inicial de US$ 40 milhões, a ser finalizado em 120 dias.
A chegada da divisão montadora ao país leva também mais oportunidades em autopeças, como eixos e suspensão, com capacidade de acelerar a chegada de mais empresas do grupo a um mercado cinco ou seis vezes maior que o Brasil, com receita em moeda forte. “O movimento é muito maior que a compra em si”, diz o CEO Sergio Machado.
Segundo ele, o modelo permitiu repetir em 2021 resultados espetaculares, apesar de todos os desafios enfrentados no período, da pandemia à quebra de cadeias produtivas e inflação. O mesmo comportamento persiste em 2022, mesmo com o agravamento das condições geopolíticas e econômicas no mundo.
No semestre encerrado em junho, a companhia cresceu 30% na comparação com o mesmo período do ano passado, alcançando receita líquida consolidada de R$ 5,2 bilhões, impulsionada pelo desempenho do mercado externo e recordes de faturamento em linhas como montadora e autopeças.
Só no segundo trimestre de 2022, as receitas do mercado externo alcançaram US$ 112,5 milhões, 58% mais que no mesmo período do ano passado, colaborando para o aumento de 31% na receita líquida do período, que chegou a R$ 2,8 bilhões. O destaque foi a Fras-le, com receita líquida de R$ 782,6 milhões. Na vertical montadora, o número de unidades comercializadas subiu 36%, principalmente por maior demanda na América do Sul. Outro destaque foi o crescimento da vertical autopeças para veículos comerciais, com receita líquida próxima de R$ 1 bilhão, somadas as operações Castertech, Suspensys, Master e JOST Brasil.
Hoje os negócios da companhia se distribuem em perto de 20% voltados ao mercado doméstico de reposição de peças, outros 20% em negócios internacionais, via exportação ou produção no exterior, e 60% em autopeças para caminhões e ônibus ou produção própria de semirreboques. Deste último quesito, metade tem ligação com o agronegócio.
O portfólio permite responder a impactos de cenários adversos, sem dependência de segmentos, produtos, clientes, fornecedores ou geografias específicas. Pressões no mercado interno favorecem a venda de peças de reposição e o posto privilegiado do agronegócio brasileiro no mundo reforça a posição local. A desvalorização da moeda traz compensação em negócios internacionais em moeda forte e lucratividade com câmbio favorável. “O modelo é muito robusto”, reforça o CEO.
No campo da inovação, os compósitos inteligentes (smart composites) e a produção de nanopartículas de nióbio em escala comercial, processo com patente no mundo inteiro, estão entre os destaques mais recentes. “Os potenciais são gigantescos”, diz o CEO. No primeiro caso, o emprego de materiais alternativos ao aço chegam a economizar até 80% do peso de componentes e já são empregados em produtos como a graneleira New R, da Randon Implementos.
A primeira aplicação comercial das nanopartículas de nióbio foi apresentada pela unidade Nione em dezembro do ano passado, uma pré-mistura que serve como base para aplicação em revestimentos protetivos. Outra tecnologia disruptiva, a carreta basculante elétrica, capaz de economizar até 20% do consumo de diesel, foi certificada em maio e já está sendo testada em frotistas.
O desempenho do mercado externo fez a Randon crescer 30% no primeiro semestre de 2022
Celso Doni/Valor
Também pesa a transformação cultural, deixando cada vez mais distantes os traços remanescentes de empresa familiar para abraçar perfil profissional, com líderes múltiplos, autônomos, capacitados e responsáveis.
A transformação industrial para alcançar mais competitividade também foi acelerada. A inauguração de unidade da fabricante de componentes e sistemas de acoplamento para a indústria de caminhões e implementos rodoviários JOST Brasil, em Campinas (SP), e novas áreas de estoque e forjaria da Master, produtora de sistemas automotivos em Caxias do Sul (RS), são totalmente alinhadas com conceitos de manufatura 4.0 no que diz respeito a digitalização e automação, tudo feito em casa pela RTS. Nos últimos cinco anos, foram adquiridos 321 novos robôs, 294 deles nos últimos 24 meses.
A transformação também alcança questões ESG e culturais. Neste ano, foi dada a partida em investimentos de R$ 100 milhões para geração própria de energia fotovoltaica até 2030. Deste montante, R$ 7 milhões foram empregados para atender 100% da demanda do Centro Tecnológico Randon (CTR) em Caxias do Sul e outros R$ 3 milhões para unidade industrial na China, onde o calor excessivo tem levado o governo a orientar adoção do período noturno para operações fabris.
O investimento na transformação cultural é um capítulo à parte. A meta, além de desenvolver sinergias com troca de experiências e enfretamento de tropeços em conjunto, é buscar a quebra de paradigmas remanescentes da origem familiar, como maior tolerância a desempenhos menos satisfatórios substituída por maior disciplina em busca de resultados. “Hoje todas as empresas, divisões e subunidades contribuem para o todo”, diz Sérgio Machado. “Se há um problema, o jeito é encarar e resolver. Se não der, para e investe a energia e tempo em outra coisa.”
Um dos movimentos neste sentido é o reforço na capacitação da equipe. A meta é não deixar a empresa dependente de uma liderança única, mas desenvolver centenas de líderes capacitados como gestores com autonomia e capacidade de decisão, para manter a velocidade de crescimento e a cultura mesmo em tantas geografias, e ao mesmo tempo manter bom ambiente de trabalho. Uma característica impalpável, mas valiosa, segundo o CEO. A cada mês, gestores e lideranças dedicam pelo menos duas horas em programas de liderança com temas como aquisição de empresas, bê-á-bá da integração, desenvolvimento de estratégias, segurança de rede ou diversidade e inclusão, exemplifica.
Veja tudo sobre o balanço da Randon e outros indicadores financeiros, além de todas as notícias sobre a companhia no Valor Empresas 360


A união com a Unidas vai reforçar o foco em mobilidade sustentável e criar soluções para ampliar o acesso ao aluguel de veículos Lasansky, CEO: mobilidade sustentável
Maria Tereza Correia/Valor
Uma lição de resiliência e capacidade de se reinventar: atuando em segmento muito visado pelo seu alto potencial de poluir o ambiente — o de transportes –, a Localiza, companhia de aluguel de carros e gestão de frotas de veículos, registrou lucro líquido de R$ 456,7 milhões no segundo trimestre deste ano, uma alta de 2% sobre o período anterior, de acordo com informações veiculadas pela Forbes Money. Os bons resultados, segundo Bruno Lasansky, CEO da empresa, se devem a três frentes prioritárias: um crescimento com geração de valor, uma eficiente gestão de custos e de produtividade e a identificação de novas oportunidades no ecossistema de mobilidade. “Foi com esse olhar que a Localiza iniciou o processo de combinação de negócios com a Unidas”, completa o executivo.
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Para conquistar o primeiro lugar no setor de Transportes e Logística, a Localiza saltou cinco posições em relação à edição passada de Valor 1000 e disputou cabeça a cabeça com a NTS, vencedora em 2021, alcançando 80,9 pontos ante 80,4 da vice-líder. A empresa deixou de ser a maior do setor em receita líquida e alcançou a quarta posição com R$ 10.901,3 milhões no exercício de 2021.
Prestes a comemorar meio século de atividades e com vários cenários desafiadores superados e conjunturas econômicas desfavoráveis devidamente registradas nos seus anais, a Localiza acaba de oficializar sua união com a segunda maior locadora de veículos do Brasil e líder em locação de frotas para empresas, a Unidas, surgida em 1985 com cerca de 500 veículos em circulação e sete filiais.
O negócio, anunciado em julho de 2022, dá direito à Localiza de se apresentar agora como “uma das maiores e mais completas plataformas de mobilidade sustentável do mundo, líder na América Latina nos principais segmentos em que atua e, entre as de capital aberto, a maior companhia do segmento em valor de mercado”, nas palavras do seu CEO.
A combinação dos negócios da Localiza e da Unidas é, ainda de acordo com Lasansky, “a concretização de um grande sonho”, que vai ao encontro dos planos de expansão da empresa e tem potencial para revolucionar o segmento tanto no cenário nacional quanto no internacional. “São duas companhias brasileiras com trajetórias de empreendedorismo inspiradoras, que nasceram com uma frota pequena, ganharam relevância em um setor competitivo e agora se unem para gerar mais valor para clientes, investidores e colaboradores. Graças a esse movimento histórico, a Localiza ganha tração e musculatura para realizar investimentos em expansão internacional, inovações tecnológicas e a possibilidade de diversificar seu portfólio e oferecer soluções para as mais diferentes necessidades e perfis de cliente.”
A nova plataforma de mobilidade assim consolidada apresenta números superlativos, capazes de traduzir robustez, eficiência e capilaridade no continente: está entre as 16 marcas mais valiosas do Brasil, tem market cap (capitalização de mercado) estimado de R$ 55 bilhões, cerca de 16 mil colaboradores, mais de 15 milhões de clientes e registra crescimento em todas as frentes: uma frota consolidada que passou de 293 mil carros para cerca de 500 mil veículos; quase 200 lojas de seminovos, ante 127 anteriormente, e mais de 670 agências RAC, ante 622 antes da operação.
Em relação às novas características da administração da companhia, decorrentes desse arranjo, Lasansky informa que o conselho de administração passa a ser composto por oito membros, seis indicados pelos fundadores da Localiza e dois indicados pelos da Unidas. O empresário de origem libanesa Eugênio Mattar permanece como presidente-executivo do conselho de administração; o empreendedor nascido em Patos de Minas (MG) Luís Fernando Porto assume a vice-presidência executiva; e Lasansky continua com o seu cargo executivo.
A combinação de negócios dá à Localiza uma frota consolidada de 500 mil veículos e 200 lojas de seminovos
Julio Bittencourt/Valor
A convergência das empresas também deve dar impulso à agenda ESG, explica o gestor, com os pilares de sustentabilidade já integrados à estratégia do novo negócio. “Nosso objetivo é fomentar ainda mais a mobilidade sustentável e seguir na promoção de transformações sociais por meio de projetos de educação e de empreendedorismo”, diz Lasansky.
Nesse sentido, batendo forte na tecla da mobilidade sustentável e “perseguindo o propósito de construir um futuro nessa direção”, Lasansky também detalha outras estratégias utilizadas para oferecer soluções inovadoras que garantam comodidade e conveniência aos clientes e estimulem o acesso da população e do mercado corporativo ao aluguel de veículos, atendendo dessa forma à crescente demanda do público. “Para ampliar a nossa atuação, nós nos tornamos acionistas majoritários da Voll, plataforma digital voltada para a mobilidade corporativa que contempla viagens e gestão de despesas; investimos mais em telemetria dos nossos carros, aumentando a eficiência da nossa operação e a segurança dos consumidores; criamos o Zarp Localiza, solução customizada para motoristas de aplicativo e com jornada 100% digital; e aceleramos o Localiza Meoo, nosso carro por assinatura, e o Localiza FAST, solução touchless de aluguel de carros, da reserva até a abertura do veículo, com apenas um clique no celular”, completa.
Na opinião de seu CEO, a Localiza atua em um mercado pujante, em constante transformação. “O setor de aluguel de carros e de frotas é altamente dinâmico, e, além disso, está em franca expansão e com baixa barreira de entrada.” Lasansky mostra-se otimista em relação ao futuro. “Veja o exemplo do aluguel de veículos, com crescente demanda por parte dos mais diversos perfis de consumidores, muitos dos quais nem imaginavam alugar carros há alguns anos.” Este cenário, na sua opinião, torna o mercado brasileiro propício para o ingresso de novos competidores e aumenta a necessidade de as empresas oferecerem serviços a preços cada vez mais competitivos e investirem em tecnologia, qualidade e capilaridade para se diferenciar.
Mesmo diante de uma conjuntura econômica desfavorável, com aumento considerável das taxas de juros, inflação em alta e elevado custo do veículo zero quilômetro – um bem que registrou, nos últimos 24 meses, aumento de cerca de 40% –, Lasansky afirma estar identificando “uma retomada da produção de veículos mês a mês, o que contribuiu para o crescimento da nossa frota”.
A crise global de falta de semicondutores, que está impactando a produção de carros e toda a cadeia de valor dependente dela, inclusive a de locação de veículos, também não inibe a empresa. “Nossa estratégia preza por uma visão de longo prazo, eficiência operacional e alocação de capital, com foco no cliente. Como parte dessa condição, contamos com mais de 1.400 profissionais no Localiza Labs, nosso laboratório de tecnologia e dados, para criar soluções de mobilidade inovadoras que atendam às principais tendências e demandas da sociedade no longo prazo”, argumenta Lasansky.
Veja tudo sobre o balanço da Localiza e outros indicadores financeiros, além de todas as notícias sobre a companhia no Valor Empresas 360


Depois de adquirir a Oi Móvel e avançar no 5G, a companhia faturou 21,8% a mais no 2T22 e chegou a 68,7 milhões de clientes Para atrair assinantes, a TIM passou a oferecer até acesso gratuito a plataformas de streaming
Leo Pinheiro/Valor
Primeira colocada no ranking Valor 1000 no setor de TI e Telecomunicações, a TIM traçou um planejamento estratégico ambicioso para os próximos três anos – tornar-se líder na oferta de produtos e serviços de telefonia. Passo importante nesta direção foi dado no início de 2022, quando arrematou em leilão a Oi Móvel, em parceria com a Claro e a Telefônica (leia-se Vivo), por R$ 16,5 bilhões. O segundo passo, mais recente, veio com ações arrojadas a partir do lançamento do 5G. Em São Paulo, a empresa investiu na instalação de mil antenas, o dobro de suas duas concorrentes, com cobertura em todos os bairros. A mesma abrangência está presente em Curitiba. No Rio de Janeiro a empresa instalará 628 antenas, com cobertura de 160 bairros, equivalente a cerca de 80% da população da capital fluminense.
Leia tudo sobre as campeãs setoriais e o ranking das 1000 maiores empresas do Brasil
A partir da aquisição da Oi, a TIM se consolidou como a operadora com maior número de cidades cobertas por rede de celular no país, em todas as tecnologias. A estratégia em relação ao 5G vem seguindo o mesmo percurso. “Estamos acima dos nossos competidores em todas as capitais. Essa cobertura abrangente facilita a vida do cliente, que não precisa se preocupar se o seu celular pega ou não pega em determinado bairro. Pega em todos os bairros”, garante Alberto Griselli, diretor-presidente da TIM. Com a chegada do 5G, a empresa passa a oferecer um pacote de serviços com maior franquia e o Cloud Gaming, que permite aos usuários jogar videogames em um aparelho celular, o que antes só era possível em computador.
Ações como essas pavimentam o caminho da empresa rumo à meta de se tornar a melhor do setor de telefonia até 2024, sintetizada na nomenclatura “next generation TIM”. “A combinação desses elementos, que inclui oferta, serviço e protagonismo na cobertura e na qualidade da rede, suporta nossa estratégia”, diz o executivo. A jornada para alcançar a liderança nas três dimensões citadas se traduz nos resultados da empresa. No segundo trimestre de 2022, a TIM viu sua receita crescer 21,8% ante o mesmo período do ano passado, chegando a R$ 5,3 bilhões, incluindo os números da Oi. Mesmo sem eles, o desempenho mostra vigor.
O aumento da receita, de 12,6%, foi o melhor dos últimos dez anos; o número de clientes atingiu 68,7 milhões, já contando com os 16 milhões de novos clientes migrados da Oi Móvel. O segundo trimestre do ano, por sinal, marcou o momento de transformação da companhia, que concluiu em abril a aquisição dos ativos móveis da Oi, ampliando as frentes comercial e de infraestrutura. Além disso, no período houve expansão da cobertura 4G para 1,8 mil municípios e lançamento do 5G em Brasília, com novas ofertas.
“Os resultados confirmam que estamos no caminho certo”, diz Griselli. Segundo ele, não há metas específicas para a expansão da base de clientes, mas o objetivo é manter o crescimento da receita em dois dígitos, superior às do mercado, e expandir a geração de caixa com investimentos expressivos. A previsão para os próximos três anos é de aportes de R$ 14 bilhões. Em 2022, serão R$ 4,8 bilhões, destinados à ampliação da rede 4G, cobertura de 5G acima do limite regulatório e integração da operação da Oi. O aumento de receita virá do crescimento da base, do valor do tíquete em nichos específicos e da absorção dos clientes da Oi.
A empresa também concentrou esforços e tecnologia na satisfação do cliente por meio dos serviços prestados. A meta de evoluir da chamada “indústria de volume” para “indústria de valor” levou à inclusão, em 2019, de serviços de streaming em planos pós-pagos. Assim, quem portava um número da TIM passou a ter acesso aos filmes da Netflix. “Fomos a primeira a oferecer o serviço”, diz o executivo. A partir de então, o pacote de serviços vem sendo aprimorado. Há cerca de um mês, o Prime Video, da Amazon, foi incorporado aos planos pré-pagos, permitindo ao cliente acesso automático à plataforma. Com isso, a empresa assegurou aos clientes nas modalidades pré e pós-pago o acesso a serviços adicionais e gratuitos.
Linha semelhante foi adotada com o chamado customer platform, parcerias firmadas com empresas para agregação de valor, como entretenimento e serviços financeiros e de educação. O ponto de partida foi a inclusão do banco digital C6 na plataforma de serviços, com oferta diferenciada de crédito. Hoje, de posse de um celular da TIM, o usuário tem acesso a linha direta com o banco. A gama de opções inclui educação, fruto da parceria com o grupo Kroton Anhanguera, que dá descontos no pagamento de cursos de graduação. A ideia é fidelizar o cliente por meio da oferta de serviços úteis, que pode ser resumida em uma palavra: valor. “Tentamos combinar conectividade com algo que o cliente precisa”, diz Griselli.
Para atrair assinantes, a TIM passou a oferecer até acesso gratuito a plataformas de streaming
Julio Bittencourt / Valor
A TIM também aderiu a iniciativas ESG, sigla em inglês para ações nas áreas ambiental, social e de governança, em linha com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. Adotou os compromissos de se tornar neutra em carbono e de manter 100% do consumo de energia em fontes renováveis até 2025. Em governança, o objetivo é reduzir em 50% as queixas dos clientes na Anatel até 2023, em relação aos números de 2019. Na administração, a meta é aumentar em 35%, neste ano, a participação de mulheres em posição de liderança e em 20% em cargos de diretoria.
Boas práticas à parte, o cenário econômico desafiador, traduzido por inflação elevada, juros altos e consequente redução do poder de compra da população, afetou o segmento de clientes de menor poder aquisitivo. Mas, por se tratar de serviço considerado essencial, a tendência em todo o setor, conforme o executivo, é de que o cliente priorize o pagamento de sua conta de telefone em detrimento de outras. Ele pode até ficar sem luz, mas não abre mão do seu celular.
O maior desafio no ano passado concentrou-se na gestão do modelo operacional, especificamente em duas frentes. A primeira diz respeito ao impacto da inflação nos custos da companhia; a segunda, ao impacto da pandemia no modus operandi, sobretudo durante o lockdown, visto que a empresa conta com dez mil funcionários. Em relação ao aumento dos custos, Griselli observa que a meta de aumentar a produtividade, encontrando soluções eficientes, contribuiu na mitigação dos efeitos da inflação. A empresa lançou mão de práticas como digitalização e priorizou atividades que geram diferencial competitivo, terceirizando as demais. “São ações que temos para mitigar os efeitos da inflação”, diz.
Quanto ao impacto da pandemia nos negócios, o grupo passou a adotar o modelo híbrido. Os cerca de 1,8 mil colaboradores internos dedicados aos atendimentos no prédio da TIM passaram a trabalhar de casa. A empresa trocou a operação totalmente física para 100% remota. Ninguém voltará mais para o escritório.
A conjuntura econômica desfavorável, segundo o executivo, não afetou a base de clientes. Entre as razões está a ampliação da oferta de serviços sem aumento de preços. Hoje, um cliente pré-pago que recarrega sua conta com R$ 15 em uma banca de jornal tem acesso à Amazon gratuitamente, podendo, por exemplo, assistir a um jogo de futebol onde estiver. Com a estratégia, a mensagem que a empresa quer passar é: vale a pena ficar com a TIM.
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Rede de diagnósticos cresceu 20% com investimentos em novos serviços para acompanhar toda a jornada de saúde do paciente Exames feitos em casa já representam 8% da receita, diz Jeane Tsutsui, presidente do grupo Fleury
Julio Bittencourt
A disciplina nos custos e a avaliação criteriosa dos investimentos em saúde integrada são as estratégias de crescimento do grupo Fleury, que ampliou serviços além da medicina diagnóstica. No conceito de saúde integrada, acompanha toda a jornada do paciente na prevenção, diagnóstico e tratamento, com presença em áreas como ortopedia, oftalmologia, infusões de medicamentos, fertilidade e hospital-dia. “Com a expansão orgânica e aquisições, em 2021 obtivemos um crescimento de 30% da receita líquida com margem Ebtida de 28,2%, que representou uma expansão de 28,6% sobre 2020. E estamos mantendo o ritmo de crescimento em 2022”, ressalta Jeane Tsutsui, presidente do grupo Fleury, campeã do setor de Serviços Médicos.
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No primeiro semestre de 2022, a receita da rede de diagnósticos cresceu 20% em relação ao mesmo período do ano anterior, reforçando o acerto da estratégia de ampliação da oferta de serviços em novos elos da cadeia de saúde, acompanhando a jornada de cuidados do paciente. “Após os desafios trazidos pela pandemia, que pressionaram o sistema de saúde, as pessoas passaram a valorizar mais a qualidade e a eficiência, reforçando nossa tese da construção de um ecossistema de saúde integrado, preventivo e híbrido, unindo o físico e o digital.”.
A executiva lembra que o reconhecimento da excelência técnica, médica e em atendimento do Fleury se estende para as demais marcas, aumentando sua participação no mercado. O grupo teve um crescimento orgânico com aquisições, ganhando market share com o crescimento das marcas. Neste ano a bandeira a+ cresceu 16% no segundo trimestre e a marca Fleury, 14,2%. O aumento no número de exames realizados é fruto de uma combinação de fatores, como o envelhecimento da população e a maior demanda por exames preventivos após a pandemia.
Além da fusão com o Hermes Pardini – em análise neste momento pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) –, o grupo investe na aquisição de clínicas. No ano passado, adquiriu a Clínica de Olhos Dr. Moacir Cunha e o Centro de Infusões Pacaembu, ingressando em segmentos onde não atuava antes, como ortopedia, passando a oferecer a consulta integrada ao diagnóstico, além de fisioterapia e cirurgia, quando necessárias. Outras aquisições recentes na área de medicina diagnóstica foram a Pretti e a Bioclínico.
Outros movimentos recentes envolvem uma joint venture para criação de uma empresa especializada no tratamento de oncologia com a Beneficência Portuguesa (BP) e a Bradesco Saúde e uma parceria com o Hospital Albert Einstein para atuar na área de genômica, batizada de Gênesis. A rede de medicina diagnóstica será controladora da nova empresa com o Einstein, reunindo os projetos de pesquisa científica e testes genéticos que os dois sócios já possuem e os que vão desenvolver. A aposta é no crescimento desse mercado no Brasil, no qual o segmento responde atualmente por apenas 1% do faturamento do setor de análises clínicas, enquanto nos Estados Unidos esse percentual é de 10%, chegando a 20% em grandes laboratórios. No Fleury, responde por 3%. Segundo Jeane, essa área foi criada no Fleury em 2017 e tem crescido 40% ao ano.
O grupo conta com uma plataforma on-line de testes genéticos que podem ser adquiridos sem prescrição médica. Os exames servem para acompanhar possíveis doenças hereditárias, além de detectar medicamentos, alimentos e atividades físicas capazes de trazer melhores resultados, entre outras finalidades. No terceiro trimestre de 2021, os exames genéticos geraram uma receita de R$ 66 milhões, um crescimento de 50% sobre igual período de 2020.
O Fleury acompanhou os novos hábitos de médicos e pacientes, com a oferta de telemedicina e a realização de mais de 1,4 milhão de atendimentos remotos – e estuda ampliar o serviço domiciliar em todas os mercados em que atua. “Hoje os exames feitos em casa já representam 8% da receita total do grupo, o equivalente a 31 unidades da companhia”, revela a presidente.
Um dos pilares do Fleury é a gestão com a valorização das pessoas – que, afinal, são responsáveis pela entrega dos serviços. Os investimentos em inovação tiveram como resultado um aumento de 35% no lançamento de produtos e metodologias em 2021 comparado a 2022. “Os ganhos decorrentes desses projetos são essenciais para a qualidade dos serviços, pois englobam a melhoria da prática médica, a redução de custos e prazos de exames e a redução da geração de resíduos, trazendo benefícios tangíveis para os clientes e para o meio ambiente, em linha com o nosso compromisso com os princípios de governança, social e ambiental, ou ESG”, diz Jeane.
Rede Fleury aumentou em 35% os investimentos em serviços e produtos inovadores neste ano
Julio Bittencourt/Valor
A atenção maior à saúde tem trazido mais vidas para o mercado privado de saúde suplementar, que ainda tem potencial de crescimento para cobertura de uma população, além dos cerca de 23% atendidos hoje. As oportunidades de crescimento acompanham o envelhecimento da população brasileira – que em 2050 deve dobrar, alcançando mais de 20% da população com mais de 65 anos, o que fatalmente aumentará a demanda por serviços médicos.
Este cenário reforça a estratégia da formação de um ecossistema integrado e preventivo de saúde a partir de investimentos seletivos. “Nossa expansão será tanto orgânica quanto por meio de aquisições, mantendo o crescimento em medicina diagnóstica e nas novas áreas da saúde”, diz Jeane.
A diversificação de serviços acompanha o aumento da preocupação com a prevenção. “Nossa missão é colaborar para um sistema de saúde que consiga atender a essa demanda de forma sustentável e, na nossa visão, a solução está na saúde preventiva e integrada para evitar tratamentos tardios e custosos, direcionando nossa estratégia de serviços integrados para acompanhar as diferentes necessidades do cliente.”
Segundo Jeane, em 2023 o Fleury segue a dinâmica de alta capacidade de geração de caixa e disciplina de alocação de capital, com rigor na seleção de ativos e na expansão orgânica e inorgânica. O grupo acompanha de perto as análises de tendências do cenário para 2023, com aumento da complexidade externa, marcada pelos impactos decorrentes do conflito que ocorre na Ucrânia – em especial aqueles relativos às taxas de inflação e juros nas principais economias do mundo –, e o contexto interno brasileiro, que terá sua definição eleitoral nos próximos meses.
Mesmo diante das incertezas do momento, porém, a saúde tem se mostrado resiliente e relevante entre as prioridades da população. “O crescente número de pessoas assistidas pelo sistema de saúde suplementar, associado ao envelhecimento e à atenção maior à prevenção, deve estimular o crescimento do setor”, acredita Jeane.
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Bolsa de São Paulo investe em novos serviços para superar desafios, atingir receita líquida de R$ 9,248 bilhões e repetir a liderança no setor “Tivemos de nos adaptar, porque somos a cozinha do mercado financeiro”, diz o CEO Gilson Finkelsztain
Ana Paula Paiva/Valor
O setor de serviços financeiros esperava por um ano de 2021 com maior estabilidade, mas encontrou uma série de desafios. Além dos riscos fiscais e da inflação em alta no mercado interno, o risco de guerra nas portas da Europa e o surgimento de novas variantes da covid-19 mantiveram os mercados em alerta no ano passado. Apesar desses contratempos, a B3 não deixou de crescer e apoiar o desenvolvimento do mercado de capitais. “A cozinha do mercado financeiro”, como resume seu CEO, Gilson Finkelsztain, soube ser ágil e se adaptar mais uma vez à realidade, consolidando o caminho da transformação da B3 em um bureau moderno de serviços financeiros.
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A receita parece ter dado certo. A Bolsa de São Paulo tem se mostrado resiliente e chegou novamente ao topo das estrelas do setor. Com uma receita líquida de R$ 9,248 bilhões e uma margem de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) sobre receita líquida de 79,8 %, disparada a melhor do setor, a B3 é pelo segundo ano consecutivo a vencedora em Serviços Especializados.
A recuperação do mercado no segundo semestre de 2020, depois do primeiro impacto da pandemia, se manteve no ano de 2021. A retomada do lançamento de ofertas iniciais de ações (IPOs) e o maior interesse por novos mercados como os de Brazilian Depositary Receipts (BDRs) e de Exchange Traded Funds (fundos ETFs), por exemplo, mantiveram a confiança e a boa performance do setor. “Soubemos oferecer produtos e serviços adequados ao mercado de capitais, com foco na entrega para os clientes com tecnologia”, diz Finkelsztain.
Os recordes em volumetria no mercado de ações e derivativos em 2021, com mais de 15 milhões de operações diárias, somado ao mercado à vista de ações, que registrou movimento financeiro médio de R$ 33,22 bilhões/dia, e as soluções como os BDRs, que atingiram volumes acima dos R$ 600 milhões/dia, permitiram à bolsa desenvolver essa boa performance.
A persistência da instabilidade e a alta das taxas de juros, que aumentam a aversão a riscos e deixaram o dinheiro mais caro, mantiveram o protagonismo do mercado de renda fixa em 2021. Títulos de dívida de empresas e debêntures também seguiram um bom ritmo de negociação, em linha com o ano anterior e antevendo um cenário parecido neste ano. A liquidez e o custo da emissão de dívida privada estão atrativos para as empresas e bancos, permitindo novas emissões e um bom movimento na B3.
De olho na importância da diversificação de negócios e na abertura de novas oportunidades a seus clientes, uma das novidades em 2021 foi a entrada oficial da bolsa no mercado de criptoativos. A intenção, explica Finkelsztain, é ajudar o investidor a conhecer e se aproximar desse novo mercado, entendendo possibilidades de composição de carteira e os riscos envolvidos. Com a autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), 12 fundos de investimento (ETFs) entraram em operação, atraindo 164 mil clientes e acumulando R$ 3 bilhões. O estoque caiu pela metade entre o ano passado e este ano, mas o número de pessoas físicas participantes subiu para mais de 200 mil. É um mercado a se provar, diz o CEO da B3, mas é importante para ampliar o leque de produtos, trazer novos operadores para o mercado e ajudar no processo de regulação.
Atrair novos investidores para a bolsa é tarefa antiga. Embora apenas 5% dos brasileiros invistam em ações – ante 15% nos Estados Unidos, por exemplo –, em 2021 a B3 alcançou 5 milhões de contas, 56% mais do que em 2020. Outros passos importantes da B3 no ano passado foram a aquisição da Neoway, uma plataforma de big data que reforça os investimentos em dados e plataforma de tecnologia, e a constituição de um fundo de venture building de R$ 600 milhões, destinado a investimentos societários em áreas como crédito de carbono e energia.
A compra da Neoway – por R$ 1,8 bilhão – permitirá a oferta de novos serviços de dados e analytics, um caminho para ampliar o faturamento num mercado estimado em R$ 4 bilhões por ano. Já a criação do novo fundo vai estimular novas empresas a se aproximarem do ecossistema de inovação, comenta Finkelsztain. A aposta nos mercados adjacentes, ou mercados próximos aos negócios principais da bolsa, incluem ainda seguros e recebíveis, serviços para a cadeia de financiamento dos bancos (com a aquisição da pdtech) e os chamados digital assets, responsáveis pelo desenvolvimento de serviços de infraestrutura para ativos digitais.
Apesar dos contratempos, B3 movimentou em média R$ 33 bilhões em 15 milhões de operações/dia em 2021
Julio Bittencourt/Valor
Mais desafiador está sendo este ano, nota Finkelsztain. “É um ano difícil de crescer”, resume. As incertezas são globais. As taxas de juros seguiram em alta aqui e nos Estados Unidos, a Europa retirou incentivos, a invasão da Ucrânia pela Rússia – que se confirmou e está se prolongando mais do que o esperado – e o clima eleitoral no Brasil colocaram o mercado em rota de cautela, cenário que deve se estender até o fim deste ano. Este quadro levou a B3 a rever e ajustar sua meta de faturamento. Depois de prever uma alta na receita, espera agora repetir o faturamento de 2021. “Estamos vendo um novo ajuste do mercado”, acredita o CEO. Os derivativos devem seguir andando de lado, enquanto a operação com instrumentos que até bem pouco estavam concentrados nas mãos de bancos públicos tem atraído a atenção dos operadores de mercado e ajudado a desenvolver o mercado de renda fixa.
Neste cenário, o crédito privado segue importante como fonte de financiamento para as empresas e um caminho de garantia de capital. As operações com CPR, por exemplo, têm crescido de forma consistente. A bolsa é a maior registradora desses títulos no país e fechou o ano de 2021 com um estoque de R$ 92 bilhões, um crescimento de mais de 300% em relação às operações do ano anterior. Em fevereiro deste ano o estoque já superou R$ 100 bilhões, em 110 tipos diferentes de produtos negociados entre CPRs financeiras e CPR produto.
O agronegócio segue sendo um setor interessante na bolsa. No quarto trimestre de 2021, foram oferecidos mais de 15 Fiagros, novas carteiras de FIIs com foco em empreendimentos do setor e foi realizado o lançamento de um novo contrato Futuro de Soja Brasil, com referência de preço de exportação no porto de Santos, desenvolvido em parceria com a Chicago Mercantile Exchange (CME).
Além do agronegócio, a B3 lançou operações de contratos futuros referenciados em índices de grandes empresas da Europa. Dois deles foram o Euro Stoxx 50, que tem em sua carteira companhias instaladas na zona do euro, e o DAX, que reúne as 40 maiores empresas da Bolsa de Frankfurt.
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Depois do desempenho histórico em 2021, resultados frustram, mas não impedem aumento da procura por ações da companhia Simões: meta é reverter queda na receita
Foto: Luciana Whitaker
No longo compasso de espera pela troca de seu comando acionário, desde que a Petroquisa/Petrobras e a Novonor (ex-Odebrecht) decidiram vender o controle da Braskem, a líder da petroquímica das Américas cuida de recuperar as vendas de resinas plásticas, que, com exceção do México, recuaram sensivelmente no segundo trimestre de 2022, em comparação com igual período de 2021.
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A queda derrubou o lucro operacional, o que, somado aos custos financeiros e à alta do dólar, imprimiu um prejuízo líquido à companhia de R$ 1,4 bilhão no segundo trimestre de 2022, revertendo o lucro de R$ 7,4 bilhões do mesmo período do ano passado. A Braskem viu suas despesas financeiras subtraírem R$ 2,8 bilhões do seu balanço, ante saldo positivo de R$ 1,05 bilhão no segundo trimestre de 2021.
Segundo a companhia, houve impacto, principalmente, da depreciação do real e da amortização de custos de transação. A petroquímica fechou junho com uma dívida líquida de R$ 4,6 bilhões, alta de 3% no ano. Mas como a posição de caixa ficou em US$ 1,9 bilhão, está preservada a cobertura dos vencimentos da dívida pelos próximos 66 meses, mesmo não considerando a linha de crédito rotativa internacional disponível no valor de US$ 1 bilhão, com vencimento em 2026.
A piora no desempenho da Braskem contrasta com a performance do ano passado, considerada a melhor da sua história. Primeira colocada no setor em vendas líquidas e em rentabilidade, a petroquímica ficou no topo do ranking Valor 1000 do setor de Química e Petroquímica. A retração deste ano, no entanto, não impediu que a procura por ações da companhia tivesse dias de altas acentuadas na cotação da bolsa paulista. Isso porque as informações vazadas dos bastidores das negociações pelo controle da empresa dão certeza de que a troca do comando acionário fortalecerá suas ações.
Em meados de agosto, a bancada de especialistas do Valor Pro apurou que a disparada nas ações da Braskem, principalmente entre os dias 17 e 18, ocorreu porque três empresas – Apollo, BTG Pactual e Unipar – apresentaram ofertas por parte ou pela totalidade da maior fabricante de resinas plásticas das Américas, partindo de R$ 40 por ação. O valor total do negócio foi calculado pelo mercado financeiro na casa dos R$ 40 bilhões. Analistas que acompanham a movimentação da Braskem indicam mudança no comando acionário ainda antes do fim do ano.
Enquanto isso a gestão da companhia, comandada pelo CEO Roberto Simões, busca reverter a queda na receita líquida da petroquímica, de 5%, no segundo trimestre do ano, para R$ 25,4 bilhões. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), por sua vez, recuou 19%, para R$ 3,9 bilhões. Sozinho, o Brasil, onde a companhia detém três centrais petroquímicas (Capuava, Triunfo e Copene), foi responsável por 60% da receita total da Braskem; Estados Unidos e Europa, por 26%; e México, por 8% no período.
Os custos dos produtos vendidos pela empresa chegaram a R$ 21,3 bilhões, crescendo 28% no ano. No Brasil, os destaques dos gastos ficaram para o maior preço do etano no mercado internacional, pelo efeito de estoque de nafta e principalmente pelo aumento dos preços do petróleo e do gás natural. Nos Estados Unidos e na Europa, o recuo é explicado, segundo a companhia, mais pela apreciação do real em relação ao dólar.
No Brasil, a Braskem anotou ainda queda de 11% da demanda por resinas, apesar de a empresa afirmar ter ganho participação nos setores de bens de consumo e agrícola. A taxa média de utilização da capacidade produtiva das centrais caiu dois pontos percentuais no ano, para 74%. Nos Estados Unidos, a petroquímica registrou queda de 7% na demanda de polipropileno (PP) no ano, assim como na Europa, em decorrência dos estoques e do cenário macroeconômico. A taxa média de utilização de unidades da Braskem nos Estados Unidos e na Europa diminuiu, nos dois casos, 17 pontos, para 81% e 79%, respectivamente. O México foi o único mercado que contou com aumento da demanda por resinas, de 17% no ano, com a taxa de utilização subindo de 58% para 67%. Além do recuo da demanda e do custeio da dívida, a atualização da provisão referente ao evento geológico que abalou casas em Alagoas pesou na marca do prejuízo líquido de R$ 1,4 bilhão no trimestre. Mas no acumulado do ano até junho, a Braskem registrou lucro líquido de R$ 2,5 bilhões.
Em Maceió (AL), a Braskem paralisou toda a atividade de extração de sal-gema, após abalo geológico que afundou o solo de alguns bairros da capital alagoana e causou tremores de terra. O produto serve de matéria-prima para a produção de PVC. A companhia estima que as provisões totais para bancar as compensações alcance R$ 10 bilhões e já realocou mais de nove mil famílias, de um total de 15 mil atingidas.
Para reforçar seu caixa, em junho, a Braskem Idesa, do México, fechou acordo com a líder global do setor de armazenamento, a Advario, sediada na Holanda, para a venda da participação de 50% do capital social da subsidiária Terminal Química Puerto México, cuja capacidade será de 80 mil barris diários, assegurando à Braskem Idesa a capacidade de importação de toda sua necessidade de matéria-prima.
Em contrapartida, no campo da defesa estratégica de longo prazo, a Braskem anunciou que desembolsará cerca de R$ 121 milhões para assumir a participação majoritária de 61,1% no capital da Wise Plásticos, empresa do setor de reciclagem mecânica, sobretudo para a duplicação da capacidade produtiva para 50 mil toneladas de resinas recicladas por ano até 2026. A Wise, que fez 15 anos, é um dos líderes da reciclagem de poliolefinas para empresas de bens de consumo do país e está baseada em Itatiba (SP).
Além disso, com o compromisso de aumento da capacidade da produção a partir de insumos reciclados, a Braskem cuida da implementação do projeto de construção da sua primeira unidade de reciclagem química dos materiais, em parceria com a Valoren, para reciclagem pelo processo de pirólise de resíduos plásticos em matéria-prima circular. E ao mesmo tempo inaugurou, em São Paulo, o primeiro centro de desenvolvimento de embalagens para economia circular do Brasil (projeto Cazoolo), com investimento direto de R$ 20 milhões. A unidade será um hub com produtores de embalagens parceiros para inovação em toda a cadeia de embalagens até o seu pós-consumo e conta com seis impressoras 3D, equipamentos de impressão e corte a laser para produção de protótipos em reduzido espaço de tempo.
Até 2030, o projeto da Braskem é atingir um milhão de toneladas de capacidade produtiva de biopolímeros (a partir de derivados da cana, principalmente) altamente degradáveis na natureza e aguarda o bom termo de potenciais parcerias estratégicas e financeiras para isso. Em paralelo, a empresa segue implementando o projeto de expansão de sua produção anual de eteno verde de 200 mil toneladas para 260 mil toneladas com aumento do investimento de 50%.
No ano passado, a Braskem foi elencada entre as 20 empresas mais inovadoras do Brasil no ranking feito pela Technology Review, plataforma de conteúdo do Massachusetts Institute of Technology (MIT), uma das mais conceituadas no mundo para avaliação de inovação.
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De olho na liderança em sistemas de condução de água nas Américas, multinacional brasileira concentra investimentos em aumento de produção Sothen: queda no varejo de materiais
Foto: Claudio Gatti/Divulgação
No ano em que completou oito décadas de operação, a Tigre teve motivos adicionais para celebrar. De acordo com a multinacional brasileira fabricante de tubos, conexões e materiais hidráulicos, o ano passado registrou o melhor desempenho operacional da última década. “Uma conjunção de fatores, alguns externos e outros de nossa responsabilidade, garantiu bons resultados não apenas em 2021”, afirma Otto von Sothen, presidente da companhia.
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Como primeiro fator ele aponta a clareza na estratégia. “A gente busca liderança nas Américas em sistemas de condução de água”, afirma. De acordo com o relatório de desempenho da companhia, a meta é atingir a liderança de mercado nas Américas no horizonte de cinco anos, contados a partir de 2021.
O caminho para alcançar este objetivo passa por expandir presença no mercado internacional, sobretudo nos Estados Unidos, país onde a Tigre mantém operações há 15 anos. Em 2021, comprou a empresa Dura Plastic, com duas fábricas – uma na Califórnia e outra no Tennessee. “Isso levou a companhia a ser o player número cinco em conexões nos Estados Unidos, com perspectiva de crescimento acelerado”, diz o executivo.
Do ponto de vista interno, ajudou no resultado de 2021 o trabalho contínuo de otimização de produtividade e de custos, com ganhos de eficiência, bem como a adoção de uma estrutura organizacional no modelo matricial.
São externos os fatores que serviram de alavanca ao crescimento. O mercado de construção civil beneficiou-se do incremento de demanda na ponta, provocado pela pandemia, quando o consumidor passou a buscar mais conforto não só por ter ficado mais tempo em casa, mas também para fazer as adequações necessárias na residência, de forma a acomodar o home office. Essa explosão de demanda, segundo o executivo, ocorreu “no mundo todo e ao mesmo tempo”.
Também influiu no aumento de receita o repasse para os preços da alta observada no custo da matéria-prima, cotada em dólar. “Tivemos muito cuidado em fazer o repasse, de forma que pudesse ser absorvido pelo consumidor”, acrescenta o presidente da Tigre.
Sob essa combinação de fatores, a Tigre viu a receita líquida de vendas subir 70% em 2021, quando comparada a 2020, para alcançar R$ 5,6 bilhões. O lucro líquido avançou 27% de um ano para outro, alcançando o valor de R$ 569 milhões em 2021. Associado a outros indicadores, o desempenho garantiu à Tigre o posto de campeã na categoria de Plásticos e Borracha do ranking Valor 1000.
Ao longo do ano passado, a companhia investiu R$ 113 milhões, dos quais R$ 43 milhões foram destinados à expansão e R$ 70 milhões à manutenção da capacidade instalada. Neste ano, entre janeiro e junho, de acordo com o relatório que acompanha a demonstração financeira do período, a Tigre investiu R$ 75 milhões, dos quais R$ 63 milhões em expansão.
Universalização do saneamento e sistemas de irrigação para o agronegócio sustentam receitas em alta
Celso Doni/Valor
Conforme Sothen, além da frente que busca o mercado externo, a companhia definiu “duas avenidas de crescimento” no Brasil. Para financiar esse crescimento, em novembro de 2021, a Tigre fez sua primeira emissão de debêntures, no valor de R$ 600 milhões. Em outro movimento nesse mesmo sentido, assinou contrato com o fundo de private equity Advent International, que comprou 25% de participação acionária na Tigre mediante aporte de capital de R$ 1,35 bilhão.
Uma das avenidas de crescimento estabelecidas pela companhia passa pela oportunidade sinalizada pelo novo Marco Legal do Saneamento do país, cujo objetivo é possibilitar que, até 2033, 99% da população brasileira tenha acesso à água potável e 90% a tratamento e coleta de esgoto, mediante a concessão de serviços para a iniciativa privada. “No momento em que os operadores têm prazo para cumprir os objetivos de universalizar o saneamento, temos um potencial de incremento de demanda importante”, explica. Segundo ele, licitações realizadas em Estados como Alagoas e Rio de Janeiro já resultaram em aumento de demanda pelos produtos fabricados pela companhia.
A segunda avenida de crescimento passa pelo agronegócio, com o fornecimento de sistemas de irrigação sobretudo para as grandes culturas de exportação, como o milho. “A boa notícia é que esses dois segmentos independem do crescimento interno do país. O primeiro porque é uma obrigação dos operadores, eles têm que fazer, chova ou faça sol, e o segundo porque é um negócio muito focado em exportação, que depende pouco do crescimento do consumo interno. Isso de alguma forma protege essas duas fontes de crescimento”, considera Sothen.
A operação da Tigre envolve produtos de hidráulica, elétrica, drenagem, acessórios e metais sanitários, infraestrutura, indústria, irrigação e ferramentas para pintura, além de soluções para água e efluentes – no tratamento e reutilização da água.
Para fazer frente a esse vasto portfólio de produtos, a empresa opera 24 unidades fabris em dez países e atende a mercados consumidores em aproximadamente 30 países. Conta com cerca de 90 mil pontos de venda. Além do Brasil e dos Estados Unidos, a Tigre tem operações na Argentina, Chile, Bolívia, Peru, Paraguai, Colômbia, Equador e Uruguai. No mundo, emprega um time de cerca de cinco mil colaboradores diretos.
Em 2021, 61% da receita líquida das vendas foi sustentada pelos negócios no Brasil, enquanto os 39% restantes corresponderam à participação dos demais países. As duas maiores operações fora do Brasil foram Estados Unidos e Argentina, que contribuíram com 10% cada uma para a receita anual do ano passado, mostra o relatório de desempenho.
Sothen não espera repetir neste ano o mesmo desempenho em 2021, mas não enxerga sinais bruscos de desaceleração. “Novas aquisições são possíveis, mas o foco atual é no crescimento orgânico”, diz. De acordo com o executivo, o comportamento dos mercados varia conforme o país. Nos Estados Unidos, por exemplo, a expansão continuou no primeiro semestre de 2022.
No Brasil, a Tigre registra aceleração em infraestrutura, por conta das licitações ocorridas em saneamento básico e da demanda crescente para irrigação. E mesmo na construção civil o cenário permanece positivo, diz ele. Apesar da baixa no número de lançamentos, ainda há muitas obras em construção, acrescenta. “Sentimos mais no varejo de materiais, que experimentou quedas importantes como qualquer outro tipo de varejo”, completa.
A receita líquida de vendas do primeiro semestre de 2022 alcançou R$ 2,9 bilhões, alta sobre os R$ 2,6 bilhões obtidos em igual período de 2021.Já o lucro líquido registrado entre janeiro e junho de 2022 ficou ligeiramente abaixo na comparação com o segundo semestre de 2021. A empresa registrou ganho de R$ 269 milhões nos primeiros seis meses de 2022, ante R$ 278 milhões no mesmo período de 2021.
De maneira a reforçar a expectativa positiva para o ano, a empresa ressalta que dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) projetam crescimento de 2,5% do PIB do setor em 2022. O SindusCon-SP também prevê avanço do PIB da construção de pelo menos 3,5% em 2022. Já a Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) manteve a previsão de crescimento de 1% nas vendas da indústria de materiais em 2022.