Como é possível que Jair Bolsonaro nunca tenha se sentido ameaçado por um impeachment, apesar das inúmeras evidências de crimes de responsabilidade cometidos por ele, antes e durante a pandemia?
Essa é uma das questões abordadas no episódio por Rafael Mafei, professor da Faculdade de Direito da USP e autor de “Como Remover um Presidente”.
Na conversa com Eduardo Sombini, o pesquisador argumenta que, por não ser responsabilizado, o presidente tem todos os estímulos para sabotar as eleições de 2022 e que a aposta da oposição em enfrentar Bolsonaro nas urnas —em vez de defender seu impeachment antes— é, no mínimo, perigosa.
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Eduardo Sombini recebe Kauê Lopes dos Santos, doutor em geografia humana pela USP e autor de “Ouro por Lixo: as Inserções de Gana na Divisão Internacional do Trabalho“.
No livro, o autor analisa como o país participa de vários circuitos da economia internacional e, ao mesmo tempo, permanece sujeito a relações assimétricas que reforçam lógicas do passado colonial.
Ele destaca o papel de Gana como exportador de commodities, sobretudo ouro, e importador de lixo eletrônico —e aborda a extração de minérios, encontrados em pequenas quantidades em produtos descartados que chegam ao país, em um bairro precário da capital, Acra, e a sua recolocação no mercado internacional.
O autor discutiu os estereótipos sobre a África e os significados da presença crescente da China no continente, que ele afirma não se enquadrar nas noções de neocolonialismo e neoimperialismo.
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Caio Pompeia, doutor em antropologia pela Unicamp e pós-doutorando na USP, é o convidado desta semana do Ilustríssima Conversa.
O pesquisador lançou neste ano o livro “Formação Política do Agronegócio” (Elefante), que analisa a trajetória das organizações que representam os interesses de produtores rurais, agroindústrias e outros atores do setor.
Na conversa com o repórter Eduardo Sombini, o autor falou sobre as disputas do agronegócio com iniciativas de reforma agrária e de demarcação de terras indígenas e quilombolas e dos conflitos com as políticas ambientais.
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Eduardo Sombini recebe a jornalista e tradutora Rosa Freire D’Aguiar, organizadora de “Correspondência Intelectual: 1949-2004”, coletânea recém-lançada de cartas de Celso Furtado.
Nas cartas, o economista e seus interlocutores –como Antonio Callado, Fernando Henrique Cardoso e Raul Prebisch– discutem os rumos do Brasil e do mundo nos anos da ditadura, debatem pesquisas da economia e das ciências sociais e falam da dura experiência do exílio.
Por tudo isso, a seleção de cartas, para Rosa, compõe uma espécie de romance dessa geração.
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Retrocesso —esta é a palavra a que mais de 40 autores de uma coletânea recém-lançada recorrem para sintetizar o que aconteceu no Brasil nos dois primeiros anos do governo Bolsonaro.
No episódio desta semana, o repórter Eduardo Sombini recebe os cientistas políticos Fábio Kerche, professor da Unirio, e Marjorie Marona, professora da UFMG, organizadores, com Leonardo Avritzer, do livro “Governo Bolsonaro: Retrocesso Democrático e Degradação Política” (Autêntica).
Eles discutiram a contradição entre o bolsonarismo como movimento político, que demanda a radicalização do discurso para engajar suas bases, e a construção da governabilidade do presidente, que requer a negociação com outros Poderes e partidos.
Os convidados também falaram sobre as ameaças do presidente ao STF e a indicação do ministro Kassio Nunes Marques, a corrosão da autonomia do MPF com a nomeação de Augusto Aras, as relações com os militares e as perspectivas para a segunda metade do mandato de Bolsonaro.
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Nesta semana, o Ilustríssima Conversa discute o processo tortuoso de reconhecimento dos direitos das pessoas LGBTI+ no Brasil.
O repórter Eduardo Sombini recebe Regina Facchini e Isadora Lins França, professoras da Unicamp e organizadoras do livro “Direitos em Disputa: LGBTI+, Poder e Diferença no Brasil Contemporâneo”.
A coletânea narra a construção de políticas de afirmação da cidadania desses grupos nos anos 1990 e 2000 e analisa a ofensiva conservadora da última década que, na avaliação das convidadas, vem promovendo um desmonte da agenda de gênero e de sexualidade no país.
Na conversa, as pesquisadoras abordaram as transformações do vocabulário do movimento LGBTI+ nas últimas décadas e discutiram a força política da chamada ideologia de gênero, que teve um papel fundamental na campanha de Jair Bolsonaro. Elas consideram o termo um factoide, usado para criar pânico moral e viabilizar um projeto que transforma o gênero e a sexualidade em tabus.
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A convidada desta semana do Ilustríssima Conversa é Alessandra Devulsky, professora do programa de mestrado em direito da Universidade do Québec em Montréal, no Canadá.
No livro “Colorismo” (Jandaíra), a autora discute o funcionamento desse sistema de hierarquização racial, ligado à ideia de supremacia branca, que discrimina os negros de acordo com a tonalidade de pele e de outros traços físicos associados à origem africana.
Na conversa com o repórter Eduardo Sombini, a pesquisadora defendeu que é essencial discutir as engrenagens do colorismo para entender o racismo no país —para ela, falar sobre os diferentes tipos de preconceito que negros de pele clara e de pele escura sofrem pode ajudar a construir uma unidade na luta antirracista.
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Idelber Avelar, professor de literatura latino-americana na Universidade Tulane, em Nova Orleans (EUA), é o convidado desta semana.
No livro “Eles em Nós: Retórica e Antagonismo Político no Brasil do Século XXI”, o autor discute, a partir da análise do discurso, os principais movimentos da política brasileira nas últimas duas décadas e examina o uso de categorias retóricas como hipérbole, eufemismo e tautologia.
Na conversa com Eduardo Sombini, Avelar tratou da ruptura que junho de 2013 instaurou na política nacional e dos significados da Operação Lava Jato, além de expor sua leitura da ascensão de Jair Bolsonaro. O autor aponta uma retroalimentação entre lulismo e bolsonarismo, mas rejeita a ideia de que os dois campos são equivalentes —só o bolsonarismo é extremista e ameaça a democracia, afirma.
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